A juíza de instrução criminal do Porto destacou a “barbaridade” dos crimes de rapto e assassínio do empresário bracarense João Paulo Fernandes, sequestrado faz este sábado um ano, à porta da garagem, em Braga, na presença da filha, então com oito anos de idade.
No seu despacho final, a juíza de instrução criminal salientou ontem, a negrito, referiu “os cuidados extremos que os arguidos tiveram em ocultar o crime, dissolvendo o corpo da vítima em ácido sulfúrico, desfazendo-se de todos os aspectos que os pudessem ligar ao hediondo crime” e que assim “ficaria impune um acto de semelhante barbaridade”.
Ao longo do despacho de decisão instrutória, ao qual o PressMinho teve acesso, a juíza elogia o trabalho da Polícia Judiciária, que classifica de “profundo e sério trabalho de investigação a extensa e complexa factualidade, com a constante obstaculização na tentativa de eliminação total da prova e vestígios do crime”, que atribui aos arguidos.
A magistrada destaca ainda que o arguido Pedro Grancho Bourbon, sem que alguém lhe tivesse perguntado, nas suas declarações, envolveu os seus próprios dois irmãos, como tendo-lhe confessado os crimes, comprometendo assim o advogado Manuel Grancho Bourbon e o economista Adolfo Grancho Bourbon, igualmente em prisão preventiva.
Todos os nove arguidos, entre eles os sete em prisão preventiva, serão assim julgados no Porto, já que o crime mais grave do grupo, de homicídio, foi cometido em Valongo, estando os sete principais suspeitos sujeitos a penas até 25 anos de prisão efectiva.
Joaquim Gomes (CP2015)