Dia de Europa para o Sporting de Braga. Os Guerreiros do Minho defrontaram esta noite, no estádio municipal de Braga, o AIK da Suécia, jogo relativo à segunda mão da terceira pré eliminatória da Liga Europa. Jogo decisivo e que ditou a vitória dos bracarenses, tendo estes seguido em frente e estando agora só a um passo da fase de grupos da segunda mais importante prova europeia. O jogo até havia começado mal para os arsenalistas, que repletos de nervosismo e alguma ansiedade viram o golo sueco chegar bem cedo, pelos pés de Obasi, que depois de uma perdida incrível de Rosic, soube fazer o golo em frente a Matheus. Um a zero para os suecos, que até entraram por cima no jogo, justificando-se até então o resultado. A reacção bracarense tardava em chegar e os forasteiros iam ficando cada vez mais galvanizados, com várias incursões rápidas pelo meio, baralhando toda a defesa bracarense. A previsibilidade em algumas jogadas do Braga permitiu ao AIK criar alguns calafrios, saindo a jogar rapidamente e prendendo o Braga na sua zona defensiva. O AIK voltava a criar um lance realmente perigoso quando, num novo falhanço de Rosic, Obasi se depara com a baliza bem perto. O central bracarense consegue emendar e a bola sai pela linha final. A equipa minhota viria ainda a criar algum perigo já perto do intervalo, com Rui Fonte, num cabeceamento para as mãos de Linnér e ainda Pedro Santos, que a passe de Fransérgio, não fez mais do que rematar à malha lateral. Pouco mais se viu até ao fim dos primeiros quarenta e cinco minutos e o AIK ia para o balneário a vencer por uma bola a zero, estando assim bem encaminhado na eliminatória.
A segunda parte iniciava com uma substituição por parte dos bracarenses, Pedro Santos cedia o lugar a Xadas e o Braga com uma entrada fulgurante, carregou no acelerador e soube produzir algumas situações pelas linhas, onde Esgaio e Jefferson foram essenciais.
Defendendo em bloco e contra atacando sempre que possível, acabou por ser o espectro sueco nos segundos quarenta e cinco. Já com Vukcevic em campo e com um Braga a jogar em cima do adversário, o golo estava próximo de aparecer, até que aos setenta e três minutos, Fransérgio e Rui Fonte acreditaram mais que toda a gente. Foi então numa jogada de pressão que o Braga chega ao golo do empate. O primeiro assistiu, o segundo marcou. Empate a uma bola na pedreira e a eliminatória estava empatada. Na fase final do encontro, com o publico a puxar pela equipa de forma entusiasta, os bracarenses estiveram por cima, mas não conseguiram o tão desejado golo. Final dos noventa minutos e muita uva por pisar.
O início do prolongamento abria com uma situação de perigo para os da casa, com Hassan e Wilson a não conseguirem, dentro de área, fazer o golo. Os suecos tentaram dar a volta ao encontro, mas as soluções não eram as melhores, sendo Vukcevic a muralha mais difícil de ultrapassar. Mesmo ao cair do pano da primeira parte do prolongamento, Esgaio faz um cruzamento teleguiado e nem Hassan, nem Rui Fonte, nem Wilson, souberam concluir da melhor forma a jogada. Oportunidade de ouro desperdiçada pelos bracarenses que já mereciam o segundo golo.
A segunda parte do prolongamento veio com um Braga persistente e que soube sofrer, visto que o AIK ia arriscando um pouco mais do que aquilo que tinha sido visto até então. Mas nem tudo estava contado. Rui Fonte, aos vinte e sete minutos do prolongamento ainda assustou os suecos mas a bola passou ao lado. Somente no último fôlego do encontro, com as grandes penalidades à vista, chega o golo da vitória do Braga. Pontapé de canto cobrado por Jefferson que viu em Hassan um esforço monumental para chegar aquela bola, o egípcio entregou a Vukcevic que tentou fuzilar, pelo caminho, Raúl Silva, que no sítio certo à hora certa soube fazer o estádio explodir de alegria. Dois para um e a história do jogo estava contada. Face ao que se viu no conjunto das duas mãos, o Braga mostrou ser superior e mereceu subir mais um degrau no caminho europeu.
Pedro Nuno Sousa