A maioria dos arguidos da rede de ‘Batman’ suspeita de tráfico de droga que inclui três irmãos do centro da vila de Amares confessaram o narcotráfico, mas tendo justificado que sendo toxicómanos, era essa a única maneira dos próprios terem assim dinheiro para consumirem droga com mais frequência.
O megajulgamento por tráfico de haxixe decorreu esta quinta-feira durante todo o dia, no Tribunal de Braga, depois do seu início ontem à tarde, com os três irmãos de Amares suspeitos de terem abastecido ainda toxicodependentes no concelho.
Aos irmãos, todos residente na freguesia de Ferreiros, no centro de Amares, o Ministério Público atribui o tráfico de haxixes a consumidores do concelho.
A rede de tráfico de haxixe comprado no Porto e levado para Braga originou um megaprocesso, realizada pela GNR, com 24 suspeitos, seis dos quais em prisão preventiva, sendo-lhe imputada a distribuição de grandes quantidades a consumidores, no Minho e outras zonas da região nortenha, como Chaves.
A chamada rede do ‘Batman’, que é a alcunha de um dos principais arguidos deste processo, responde já pela acusação de tráfico de droga, especialmente de haxixe, havendo referências a compras de cinco e dois quilos de cada vez.
Um casal de Braga, Nuno Costeira (‘Batman’) e Sara Inês, ambos em prisão preventiva, iria abastecer-se de haxixe ao Porto, mas deslocando-se sempre de comboio, supostamente para não levantar suspeitas junto das autoridades.
Este grupo é constituído por 24 arguidos, 21 homens e três mulheres, que na sua maioria terão traficado droga a dezenas de toxicómanos identificadas no caso que prestarão declarações no julgamento, num total de 180 testemunhas.
Foi uma das maiores operações de sempre do Comando Territorial da GNR de Braga, envolvendo o Núcleo de Investigação Criminal (NIC), militares dos Postos Territoriais e do Destacamento de Intervenção, a 13 de Outubro de 2015, incluindo até o Monte do Picoto e outras zonas da cidade de Braga.
O julgamento decorre no Palácio da Justiça de Braga, um ano após a grande operação da GNR, com vigilâncias aos principais suspeitos no Porto e Braga, sendo o núcleo duro dos arguidos acusado por abastecer-se na “baixa” do Porto, traficando em Braga, outras localidades do Minho e Trás-os-Montes.
No Porto seriam abastecidos por Emanuel Dias da Silva (‘Shima’) na zona do Bonfim e por Telmo Jesus Sousa na área da Cordoaria, o primeiro já com condenação de seis anos, no Tribunal de São João Novo, por tráfico de droga.