“Nenhuma pessoa é ilegal”, “não à austeridade, não à pobreza; abaixo os muros da Europa fortaleza”. Estas as palavras de ordem que marcaram a Marcha Europeia pelos Direitos das Pessoas Refugiadas que este sábado se realizou em Braga, uma das 160 cidades de 28 países europeus que aderiu ao protesto internacional.
Em Braga, a marcha, organizada por organizações não-governamentais, a ‘Braga Fora do Armário’, a Civitas e a União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), e que contou com o apoio do núcleo bracarense da Amnistia Internacional, juntou cerca de centena e meia de pessoas para denunciar “a falta de coordenação institucional” da resposta da União Europeia face à crise dos refugidos e deslocados, além da “consolidação de uma Europa fortaleza, xenófoba e antidemocrática”, e, em alguns países, “neofascizante”.
Os manifestantes exigem que a União Europeia crie “rotas seguras”, concedam vistos humanitários, devolvam o que foi “roubado às pessoas refugiadas”, e permitam a imediata reunificação de famílias e revertam o encerramento das fronteiras.
Os países que “estão envolvidos na promoção de guerras intermináveis nos territórios do Médio Oriente ou de África, como a França, são os primeiros a querer sacudir a responsabilidade dos seus ombros”, afirma a organização, que denuncia ainda a política de Estados “ditos democráticos”, nomeadamente a Hungria, a Polónia, a Áustria e a República Checa, por bloquearem e encerrarem as fronteiras.
“Outros aprovam a confiscação dos bens das pessoas refugiadas, como aconteceu na Dinamarca, fazendo lembrar fantasmas de outros tempos mas que, afinal, ainda estão bem vivos nesta ‘Europa da Austeridade’”, lê-se no abaixo-assinado que a organização pôs a circular.
A Portugal é exigido que “disponibilize recurso a fim de suprir as necessidades básicas das pessoas refugiadas ai nível da habitação, da educação e da saúde” e que tome “medidas efectivas” para a responder às reivindicações dos promotores do protesto.
Fernando Gualtieri (CP 1200)