Ricardo Rio anunciou que Braga vai dispor, ao longo dos próximos anos, de cerca de 12 milhões de euros para a criação de corredores dedicados a transportes colectivos, melhoria das condições pedonais e de circulação para instalação de vias cicláveis, sistemas de controlo de tráfego e melhoria dos transportes públicos.
O presidente da Câmara Braga falava este sábado na conferência ‘Da Mobilidade à Acessibilidade – Os Transportes nas Cidades Portuguesas em 2030’, que decorreu em Gaia, no auditório Grupo Salvador Caetano.
Rio definiu como metas a atingir até 2025 a redução em 25% na utilização do transporte individual, a duplicação do número de passageiros transportados pelos TUB – em 2015, a empresa transportou 11 milhões de passageiros – e a existência de 18 mil utilizadores regulares de bicicleta.
“Pretendemos concretizar estes objectivos através de medidas concretas, entre as quais se destacam a criação de uma rede de 76 quilómetros de vias cicláveis, de interfaces entre transportes colectivos e individuais nas entradas da Cidade, a aposta na complementaridade entre os transportes públicos e privados e num inovador anel de mobilidade em bus rapid transit”, referiu, adiantando que, em sede de revisão do PDM, no domínio da mobilidade sustentável, foram já elencadas diversas medidas de incentivo ao uso da bicicleta.
Os princípios orientadores da estratégia municipal, garantiu o autarca, passam por reduzir o volume de tráfego e a necessidade de utilização do transporte motorizado, e consequentemente minimizar o impacto ambiental; melhorar a interligação entre as diferentes áreas da cidade, o serviço de transporte público e a gestão e hierarquização o tráfego; promover a interligação metropolitana e articular com as intervenções preconizadas no Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU).
Sobre a relação entre mobilidade e inclusão, Ricardo Rio salientou que a qualidade de um espaço público advém da sua capacidade para receber públicos com diferentes níveis de mobilidade. “Estamos a planear intervenções nas zonas de maior densidade populacional, áreas escolares, de habitação social e onde existam comunidades desfavorecidas, no sentido de conferir melhores condições de fruição dessas áreas”, acrescentou.
Este é um trabalho que está a ser elaborado com base em parcerias entre os diversos agentes do território com responsabilidades na área da mobilidade. “É por esse motivo que somos parceiros do projecto Urbact, beneficiando da partilha de conhecimento sobre a mobilidade urbana sustentável”, disse.
Aumentar competividade
O autarca defendeu que as transformações ao nível da mobilidade e acessibilidade irão representar, do ponto de vista económico, um aumento da competitividade de Braga, “gerando melhores condições de vida para a população em geral e, de forma particular, para os grupos mais desfavorecidos”.
“Essa visão que defendemos assenta em alguns princípios básicos, sobretudo a nossa história, com tudo o que isso representa de positivo e negativo. Temos uma cidade que está estruturada de determinada maneira e todas as soluções que queiramos implementar têm de ser confrontadas com essa realidade. Por outro lado, dispomos de uma empresa com mais de 30 anos de existência, os TUB, que é uma referência a nível nacional na área dos transportes e que, com a sua capacidade de inovação, tem contribuído para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos”, referiu.
Relativamente a essa vertente competitiva, Rio lembrou ainda “o geoposicionamento privilegiado de Braga, que se reveste de uma centralidade na região norte e na euro-região que não é indissociável dos desafios que se colocam ao nível da inter-relação com todos os sistemas de transporte e soluções que rodeiam a cidade”.