A alegria e a fraternidade que marcam a época natalícia chegaram a quem mais precisa com o tradicional almoço de Natal dos cidadãos sem-abrigo do concelho que teve lugar esta quinta-feira no Centro de Alojamento Temporário (CAT) da Cruz Vermelha Portuguesa, em Braga.
D. Jorge Ortiga, Arcebispo Primaz, e Ricardo Rio, presidente da Câmara, sentaram-se à mesa com mais de uma centena de pessoas. A iniciativa permitiu aos utentes do CAT viverem a quadra natalícia de uma forma especial, transmitindo-lhes esperança num futuro mais risonho.
De acordo com Ricardo Rio, criar as melhores condições possíveis para ajudar os mais necessitados é uma responsabilidade de toda a comunidade. “Este almoço, no qual participo pelo terceiro ano consecutivo, é um momento de esperança, onde vou revendo nos rostos que se sentem à volta destas mesas pessoas que estiveram em muito piores condições e hoje têm aqui uma casa e um ponto de abrigo. Por outro lado, não revejo pessoas que, ao longo do ano, conseguiram refazer as suas vidas com novas esperanças e projectos a desenvolver”, referiu, sublinhando que o CAT da Cruz Vermelha “não é um ponto de chegada, mas apenas uma escala” que permite dar às pessoas o tempo e espaço necessários para reconquistarem os sonhos que têm pela frente.
O autarca destacou o trabalho em rede que tem sido desenvolvido pelas várias instituições públicas e sociais, criando condições para combater os estigmas da sociedade relativamente a estes cidadãos e motivando-os a quebrarem rotinas e adquirirem outro tipo de hábitos.
“As pessoas não estão sozinhas”
“É essencial esta articulação que temos promovido da rede social na procura de soluções para que todos possam ter direito a um lar que os acolha, sobretudo nos mais difíceis da vida”, referiu, garantindo que o município é um “parceiro incontornável” das todas as instituições que actuam nesta área.
Também Armando Osório, presidente da delegação de Braga da Cruz Vermelha, adiantou que o convívio realizado é uma “excelente forma” de aumentar a auto-estima dos sem-abrigo, elemento essencial para acelerar a sua integração na sociedade. “São este tipo de iniciativas que mostram às pessoas que não estão sozinhas e que é possível ultrapassar os dias menos felizes porque passam”, lembrou.