Ricardo Rio marcou presença no almoço de Natal dos cidadãos sem-abrigo do concelho de Braga, que teve lugar no Centro de Alojamento Temporário (CAT) da Cruz Vermelha Portuguesa, que juntou mais de meia centena de pessoas.
O presidente da Câmara considera ser uma responsabilidade de toda a comunidade acorrer de forma continuada aos que mais precisam e sobrevivem com grandes dificuldades económicas e sociais.
“É essencial dar condições para que as instituições possam atingir os seus principais objectivos, que devem passar por conseguir a inclusão, em pleno, destes cidadãos na sociedade”, salientou, destacando que é de todo importante transmitir uma mensagem de esperança a estas pessoas.
“O facto de estes cidadãos estarem hoje, aqui no Centro de Acolhimento Temporário da Cruz Vermelha Portuguesa, deve ser encarado como uma etapa evolutiva no caminho pessoal de cada um. Se existiram momentos menos bons, este é já um passo muito significativo nas suas vidas e no processo de reestruturação pessoal e social de cada um”, referiu.
Ricardo Rio explicou ainda que o apoio a estes cidadãos deve ser cada vez mais potenciado, através da sua inserção profissional, sendo que a Autarquia de Braga assume-se como um parceiro incontornável das instituições que actuam neste âmbito social.
Ricardo Rio reconheceu ser este um tema em que entidades como a Câmara Municipal, a Diocese ou a Cruz Vermelha têm “o dever” de se envolver e potenciar cada vez mais.
“Há muitas formas de apoiar os cidadãos sem-abrigo, desde logo do ponto de vista financeiro. Mas mais importante do que isto, é fundamental articular a rede social na procura de soluções, para que todos possam ter direito a um lar que os acolha nestes períodos difíceis das suas vidas”, afirmou, destacando que este almoço de Natal, que se tem vindo a repetir anualmente, é mais um momento de “convívio e de esperança” propiciado aos participantes.
À luz deste tema Ricardo Rio recordou os números recentemente divulgados sobre os índices de desemprego e que revelam que Braga foi o concelho da região Norte do País onde o desemprego mais desceu.
“Este é o resultado de um esforço que temos vindo a fazer em articulação com muitas entidades, organismos e empresas, de maneira a criar mais riqueza e a criar mais condições de acesso a emprego, para que todos aqueles que se encontram num momento difícil das suas vidas possam ter novas oportunidades no mercado de trabalho, uma habitação condigna e desenvolver as sua vida num contexto mais feliz do que o que tiveram no passado”.
Na ocasião, Armando Osório, presidente da Delegação de Braga da Cruz Vermelha, garantiu que a presença de representantes de várias instituições nesta iniciativa é uma forma de aumentar a auto-estima dos sem-abrigo.
“É importante para estas pessoas sentirem que não estão sozinhas”, lembrou, sublinhando ainda que a parceria com a BragaHabit, que cede habitações aos utentes que saem do CAT, tem sido “excelente”. Como explicou Armando Osório, o CAT tem capacidade para receber cerca de 50 pessoas, sendo que mais cem utentes usufruem diariamente da cantina social.
Por fim, o Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, assegurou que a Igreja tem lutado para que todos possam ter direito à habitação e alimentação. “Estes são actos que nos devem responsabilizar. Muitas destas pessoas são sem abrigo com o apoio da CVP, mas existem muitos outros que hoje não estão cá, precisando igualmente de apoio”, explicou, acrescentando que é quase incompreensível à maioria da sociedade a existência de cidadãos sem-abrigo e isso não deve ser desconsiderado.
Para o Arcebispo Primaz de Braga “é muito importante tentar recuperar estas pessoas, integrando-as na sociedade. Estes momentos de confraternização são importantes, mas tornam-se incompletos sem o interesse quotidiano por estes cidadãos, tentando de forma mais aprofundada, realizar um trabalho sobre as causas que levam a que as pessoas cheguem a esta situação”, concluiu D. Jorge Ortiga.