A Rússia quer punir os pais e encarregados de educação pela participação de jovens nos protestos contra o regime do presidente Vladimir Putin. O ministro da Administração Interna russo, Timur Valiulin, diz estar “preocupado” com a adesão crescente de jovens aos protestos contra o Governo e aponta o dedo aos pais e professores, que acusa de serem os “responsáveis” pela contestação ao regime.
“Estamos preocupados com os jovens que participam de acções de rua não coordenadas. A percentagem de jovens manifestantes está a crescer e a idade média dos participantes, cada vez mais baixa, é alarmante”, afirmou Timur Valiulin. “Devemos pensar em introduzir mudanças para responsabilizar tanto os organizadores das manifestações como os pais dos jovens participantes e professores”.
Na Assembleia Federal russa, também o presidente do Conselho de Política Social da Rússia, Valery Ryazansky, defendeu que “assim como os pais são punidos se o filho é apanhado a dirigir um carro, eles devem ser responsabilizados se filhos estiverem envolvidos em acções não autorizadas”.
Há já quase oito meses que os manifestantes protestam nas ruas contra o alegado envolvimento em esquemas de corrupção e enriquecimento ilícito da elite russa, incluindo Vladimir Putin e o primeiro-ministro, Dmitri Medvedev, que se acreditam que tenham acumulado uma série de mansões e de iates. A maioria dos protestos são organizados pela Fundação Anti-Corrupção, uma organização não-governamental russa fundada em 2011 pelo líder da oposição, Alexei Navanly.
A detenção de Alexei Navanly durante uma manifestação em Março veio levantar ainda mais as vozes contra o regime, que acusam de não ser antidemocrático. Desde então centenas de pessoas terão sido detidas pelas autoridades russas.
Fonte: Jornal Económico