Sérgio Godinho e Fernando Tordo são os nomes mais sonantes do programa de comemorações dos 50 anos do 25 de Abril promovido pela Câmara Municipal de Barcelos. Cortejos, tertúlias, teatro e exposições integram também uma agenda muito diversificada.
O programa, que se concretiza ao longo de todo o ano e 2024, pretende, afirmou o presidente da autarquia, Mário Constantino, na apresentação, “envolver o maior número de pessoas possível, assinalando a efeméride mais importante da História recente de Portugal”.
Para o efeito, foi constituída uma Comissão Executiva, da qual fazem parte o presidente da Assembleia Municipal, representantes de todos os partidos com assento na Câmara e Assembleia Municipal, o representante dos presidentes de Junta, a presidente do Politécnico do Cávado e Ave, além do presidente da Associação Académica do IPCA.
Mário Constantino adiantou que a Comissão conseguiu delinear um conjunto de orientações das quais resultou “uma programação muito diversificada, mas agregadora, direccionada aos vários grupos e segmentos da população”, cujo objectivo é “perpetuar a Revolução dos Cravos, através da evocação de memórias, as quais hoje já são memória colectiva, mas também, e sobretudo, celebrar, viver, e projectar os princípios e valores da Liberdade e da Democracia”.
O autarca barcelense sublinhou que, enquanto “herdeiros da Revolução dos Cravos, temos a obrigação de zelar e não dar por segura e permanente essa preciosa herança”, pelo que todos devem ser “cidadãos vigilantes e proactivos, na defesa dos seus valores e do Estado de Direito Democrático”.
“Os portugueses não devem “baixar a guarda, nem nunca julgar que as conquistas de Abril estão perpetuamente adquiridas. É importante e imperioso que cada geração as deve reafirmar sempre e com muita convicção”, sublinha Mário Constantino.
SÍNTESE DO PROGRAMA
Ciclo de Tertúlias e Conferências – cerca de 12 nas quais serão discutidos os mais diversos assuntos relacionados com a Revolução, mas também com abordagens sociais. Os temas são muito abrangentes e vão desde “O dia D” às “Comissões Administrativas da Câmara Municipal de Barcelos”, ao papel da mulher na democracia, passando pelo Poder Local, a 1.ª Câmara Municipal de Barcelos eleita, a Guerra Colonial, o PREC, a Comunicação Social, “Conversas da juventude de 1974 com a juventude de 2024: Que Futuro?”, e “Liberdade e Democracia: do 25 de Abril às Primeiras Eleições Livres”.
Ciclo de dez exposições das quais se destacam “Quem és tu? Um Teatro Nacional a Olhar para o País” – Odisseia Nacional – do Teatro D. Maria II; “ARCHIVUM | 50 anos | 25 de abril”, “25 de abril de 1974″| Fotografia de Alfredo Cunha” e a exposição documental “Silenciados: os livros que não podiam ser lidos”| exposição de livros censurados, com especial destaque para a censura no feminino.
Apresentação de publicações, casos do livro “Barcelos e o 25 de Abril de 1974 – a Administração Local e a Sociedade (1960 – 1989)”, do historiador barcelense, Dr. Victor Pinho; publicação com a identificação de todos os participantes da Assembleia Municipal desde o 25 de Abril, (edição da Assembleia Municipal de Barcelos); Lançamento do livro “Herdeiro do Cravo”, de Francisco Duarte Mangas.
Concertos musicais com Sérgio Godinho, Fernando Tordo, Luca Argel, Anónimos de Abril, ainda os concertos “Que força é essa – a Força da Música de Barcelos”, Concerto Mil Vozes a Cantar Abril, a “Ópera – Pequena História de um Povo com Memória, e a encerrar as comemorações um Concerto de Música Clássica.
Cortejos mobilizando a comunidade educativa, concretamente o Desfile com as escolas do concelho de Barcelos e o Desfile Recriação Histórica, com os grupos de teatro do concelho de Barcelos.
Teatro, com a subida a cena de três peças; a componente de poesia com dois eventos específicos; o cinema, com a exibição dos filmes – “Capitães de Abril” e “Salgueiro Maia, o Implicado” e, finalmente, os concursos também dedicados à comunidade estudantil – “Pequenos Grandes Poetas” e “Um documento – Uma História”.
‘DIA D’
A abertura oficial das comemorações dos 50 anos da Revolução do 25 de Abril aconteceu já na sexta-feira, com a realização da tertúlia ‘O Dia D’, no auditório dos Paços do Concelho, com uma conversa moderada pelo historiador e ex-bibliotecário barcelense, Victor Pinho, o furriel Manuel Correia da Silva, o cabo José Alves Costa e o dr. Mário Vale Lima, contaram de viva-voz as suas experiências e memórias da participação que tiveram nos acontecimentos do Dia da Revolução.