Quatro movimentos cívicos dos distritos de Braga e Viana do Castelo juntam-se no próximo dia 23 numa manifestação contra os projectos de mineração do lítio e de outros minerais actualmente em fase de discussão pública.
A acção de protesto está a ser organizada pela Corema – Movimento de Defesa do Ambiente e Património do Alto Minho, o movimento em Defesa da Serra da Peneda e Soajo, o movimento SOS Serra d’ Arga (Viana do Castelo), e o movimento SOS Terras do Cávado, de Barcelos.
“O que pretendemos com esta acção de protesto é mostrar ao Governo que tudo faremos para impedir a concretização deste ataque ao nosso território. Queremos demonstrar uma grande acção de força do Minho e Alto Minho, das populações, autarquias e associações de cinco concelhos dos distritos de Viana do Castelo e Braga”, afirmou esta quarta-feira à agência Lusa Ludovina Sousa, do Movimento SOS Serra d’Arga.
Em causa está a consulta pública, iniciada pela Direcção Geral de Energia e Geologia (DGEG) dois dias depois das eleições autárquicas de Setembro, do relatório de avaliação ambiental preliminar do Programa de Prospecção e Pesquisa de Lítio das oito potenciais áreas para lançamento de procedimento concursal.
Com o lema ‘Minho Unido contra as Minas’, o protesto tem início pelas 10h00, junto à pousada da Juventude de Viana do Castelo, e termina na Praça da República, no centro histórico da cidade.
A responsável Ludovina Sousa adiantou que a organização da manifestação está a “contactar todas as juntas de freguesia que serão afectadas pelos projectos de mineração, comissões de baldios, associações locais e as câmaras municipais no sentido de mobilizarem as populações”.
“A iniciativa pretende dar voz aos receios e ao clamor registados um pouco por toda a região do Alto Minho, relativamente aos projectos de mineração do lítio e de outros minerais, agora em fase de consulta pública”, adiantou Ludovina Sousa.
A membro do movimento SOS Serra d’Arga destacou “a voragem extractivista anunciada que ameaça não só a Serra d’ Arga, bem como o conjunto de povoações adjacentes, as suas populações e as gerações futuras”.
“É, pois, com vigor e determinação que estamos dispostos a defender o nosso ambiente, as nossas gentes e o seu ímpar património socio-etnográfico e histórico. Estamos convictos de que todas as autarquias, associações e agentes económicos unirão a sua voz às nossas vozes, participando massivamente nesta manifestação”, acrescentou.
O período de consulta, inicialmente previsto até 10 de Novembro, foi prorrogado pela DGEG para 10 de Dezembro, após a contestação de partidos políticos, autarquias e movimentos cívicos.
No relatório de avaliação ambiental preliminar foram analisadas as áreas: Arga (Viana do Castelo), Seixoso-Vieiros (Cabeceiras de Basto, Porto e Vila Real), Massueime (Guarda), Guarda – Mangualde (quatro zonas espalhadas por Guarda, Viseu, Castelo Branco e Coimbra) e Segura (Castelo Branco).