A vitória de Portugal no Europeu de Futebol 2016 merece destaque em praticamente todos os jornais do Velho Continente.
O Aujourd’hui en France é o único a publicar na capa uma fotografia dos jogadores portugueses a levantarem a taça, com o título “Não era o nosso dia”. “Após um jogo dominado pelos ‘Bleus’, a França acabou por se inclinar a Portugal (1-0) no prolongamento”, lê-se na legenda.
O diário escreve que “o Stade de France pôs-se a cantar o fado”, porque “os apoiantes portugueses, numerosos nas bancadas, deram a voz durante todo o encontro antes de explodir no final”, ainda que “perder Cristiano Ronaldo no início da final do Euro fosse motivo para estragar o ambiente”.
O L’Équipe ilustra a primeira página com a fotografia do jogador francês Pogba com a camisola a tapar o rosto, titulando ‘Esmagados’ e escrevendo que, “ao fim de uma triste final, os ‘Bleus’ inclinaram-se no prolongamento contra Portugal, que conquistou o seu primeiro troféu internacional”.
Em editorial de capa, o jornal desportivo considera que “os homens de Didier Deschamps caíram domingo face aos portugueses, sem génio mas mais realistas”, e que “esta manhã a França acorda forçosamente com um sentimento de desperdício. Portugal era um adversário ao seu alcance, menos forte que a Alemanha”.
França K.O.
O Libération publica na primeira página uma fotografia de Griezmmann, de costas, com as mãos na cabeça, titulando “Como novatos” e sublinhando que “apesar da saída precoce de Ronaldo, a França se inclinou 1-0 face ao realismo português ao fim de um prolongamento sufocante”.
“0-1: A França K.O.”, é um dos títulos do Libération, que explica que “o sólido colectivo português, rapidamente privado da sua estrela Ronaldo, resistiu domingo à noite aos ataques dos ‘Bleus’ e que “a equipa portuguesa evoluiu, colectivamente, para um nível estratosférico, numa noite em que lhe roubaram o senhor e mestre Cristiano Ronaldo, lesionado no início, o que mostra que o futebol ainda é um jogo que se joga de forma colectiva”..
“A França perdeu. Saudemos e felicitemos Portugal. O seu triunfo, obtido a grande custo, é também um pouco o nosso porque alguns dos seus jogadores nasceram e cresceram no nosso solo, como centenas de milhares dos seus compatriotas”, lê-se no editorial de capa do Le Figaro.
Em Espanha, o Marca escreve que “Em nome de Cristiano. Éder foi o herói português. (…) O protagonista mais inesperado da noite surgiu na segunda parte do prolongamento para negar à França a glória, em casa, e dar a Portugal o primeiro Campeonato Europeu da sua história”.
“ Os lusos começavam a lamentar-se quando o gigante Éder na história com um remate que bateu Lloris e tornou campeão da Europa um país que nunca tinha sido”, escreve por sua vez o El País.
O Gazzetta dello Sport, de Itália, escreve que “o primeiro triunfo para os lusitanos, que decidiram a final com um golo de Éder depois de um remate de Gignac ao poste e de um livre de Raphael Guerreio à barra”.
“Portugal, a selecção que terminou em terceiro na fase de grupos, encontrou uma fórmula para ganhar mesmo quando o seu melhor jogador deixou o relvado numa maca”, lê-se no britânico The Guardian.
Já o britânico The Telegraph escreve que “Portugal derrotou o anfitrião e inegável favorito, derrotou as probabilidades e o facto de ter perdido, por lesão, o seu capitão, para conquistar o primeiro grande torneio”.
Fernando Gualtieri (CP 1200)