Uma solução desenvolvida pela Iplexmed, uma start-up de Braga, venceu o Born from Knowledge (BfK) Awards, atribuído pela Agência Nacional de Inovação (ANI). A solução permite reduzir infecção por bactérias multirresistentes a que doentes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica são particularmente vulneráveis.
A Iplexmed, que conta com parceiros como Universidade do Minho e Laboratório Internacional de Nanotecnologia (INL) apresenta uma plataforma de diagnóstico não invasiva, em contexto doméstico, de infecções respiratórias clínicas.
“Existem doenças que não deixam muita margem de manobra para diagnósticos, levando muito tempo a marcar exames. A solução da Iplexmed é portátil, oferecendo resultados rápidos e práticos. O sistema funciona com um cartucho que recolhe amostras de saliva, por exemplo, inserido no módulo, que por sua vez é ligado ao PC, acedendo à sua base de dados ou à cloud. Tem sensores de grafeno que capturam moléculas, dando resultados em 20 minutos. Pode ser aplicado a qualquer pessoa, reduzindo de dias para minutos a detecção precoce de doenças, salvando dessa forma vidas”, explica João Mendes Borga, administrador da ANI.
“No espaço de uma semana, a Agência Nacional de Inovação, no âmbito dos Altice International Innovation Awards, premiou com o BfK Awards dois projectos nascidos nas instituições de ensino superior, neste caso, coincidentemente, na Universidade do Minho, que permitem acelerar diagnósticos e salvar vidas”.
“A pandemia veio mostrar-nos como a rapidez na medicina é cada vez mais peremptória. Além disso, num cenário em que o Sistema Nacional de Saúde já sente os efeitos do envelhecimento gradual da população portuguesa com aumento de custos que podem colocar em causa a sua sustentabilidade a longo prazo, projectos como o da Iplexmed assumem ainda mais importância”, destaca João Mendes Borga.
O administrador da ANI lembra ainda que os mesmos problemas com que o país se defronta são sentidos por outros países da Europa e do mundo ocidental, pelo que “a inovação portuguesa tem um potencial de internacionalização enorme”.
A DOENÇA
Existem actualmente cerca de um bilião de pessoas que sofrem de doenças respiratórias crónicas. Destas, aproximadamente 380 milhões são diagnosticadas com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), a terceira causa de morte em todo o mundo.
Estima-se que a DPOC custe aos países europeus cerca de 48 biliões de euros por ano. Doentes de doenças pulmonares crónicas são altamente vulneráveis a bactérias multirresistentes, a principal causa de exacerbação dos sintomas e de morte. Até aqui, os diagnósticos demorariam entre dois e sete dias, com custos hospitalares e de métodos de diagnóstico complementares, mas com o eRDT Iplexmed, o diagnóstico pode ser feito em casa e em apenas 20 minutos.
O negócio da startUp é fornecer os equipamentos a centros de saúde, mas também directamente aos pacientes.
Desde 2017, a ANI já premiou perto de 50 projectos e start-ups, nascidos da investigação académica, em concursos e prémios de inovação nacionais promovidos por entidades como APDC – Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações, Crédito Agrícola, COTEC, BPI e Altice Labs, através do programa BfK.