O homem, de 33 anos, suspeito de ser o autor de várias violações e de outros crimes alegadamente cometidos na cidade de Guimarães, começa a ser julgado na quarta-feira, à porta fechada, decidiu o tribunal.
Fonte judicial adiantou esta terça-feira à agência Lusa que o Tribunal Criminal de Guimarães (Creixomil) proferiu despacho a determinar que o julgamento se realize à porta fechada, devido ao tipo de crimes em causa e para protecção da identidade das vítimas.
Segundo outra fonte judicial, o arguido, que se encontra em prisão preventiva há mais de um ano, desde 30 de Agosto de 2023, vai responder em julgamento por cerca de uma dezena de episódios de violações ou de tentativas, levadas a cabo nas proximidades do centro de Guimarães, mas também por outros crimes, como roubo, ofensas à integridade física qualificada, coacção ou coacção sexual.
O início do julgamento está marcado para as 09h30 e durante todo o dia, prosseguindo em 22 de Outubro (terça-feira) também todo o dia.
Em causa estão factos que ocorreram sobretudo, entre Dezembro de 2022 e Agosto de 2023, mês em que foi detido pela Polícia Judiciária (PJ), e depois de abordar e alegadamente atacar, em 22 de Agosto de 2023, um casal de namorados, sendo suspeito de violar a jovem, de 21 anos.
Aquando da detenção, em 28 de Agosto de 2023, o homem morava com a namorada na cidade de Guimarães, trabalhava numa empresa de resíduos e estava socialmente inserido.
Os sucessivos episódios de agressões sexuais causaram grande alarme, medo e preocupação junto da população de Guimarães.
ADOLESCENTES E JOVENS ADULTAS
Os alvos do arguido eram mulheres, adolescentes e jovens adultas, sendo que, num dos casos que constam da acusação do Ministério Público (MP), a vítima tinha 68 anos, a qual foi atacada na ecopista de Guimarães.
Várias vítimas constituíram-se assistentes no processo.
Os outros episódios descritos na acusação do MP aconteceram nos caminhos pedonais junto ao Castelo de Guimarães, nos caminhos pedonais junto ao Paço dos Duques, na ecopista de Guimarães, no Parque da Cidade e no Largo da República do Brasil.
Em conferência de imprensa realizada após a detenção, em 30 de Agosto de 2023, a PJ deu conta do modo de actuação “violento” do arguido.
“Após reconhecimento da zona, dos casais, das vítimas, [os ofendidos] eram abordados com bastante violência. Nuns casos usando armas brancas, noutros casos através da força física, nalguns casos subtraía dinheiro e equipamentos e, seguidamente, praticava actos sexuais de especial relevo”, referiu António Gomes, à data director da PJ de Braga.
O arguido já tinha sido condenado a uma pena efectiva de três anos e meio por violação, quando tinha 20 anos.