A exemplo de Portugal, os operadores públicos de televisão de outros países estão a anunciar conteúdos destinados aos estudantes que não podem ter aulas desde meados de Março.
A Itália, que foi o primeiro país a encerrar escolas como forma de combater o novo coronavírus, logo no início de Março, e lançou uma iniciativa semelhante à portuguesa.
Um acordo entre o Governo e a emissora estatal RAI permitiu disponibilizar, através da plataforma multimédia RAI Play, os conteúdos do canal de televisão RAI Scuola, que cria conteúdos educativos há mais de 20 anos.
A RAI vai oferecer aulas reais em vídeo, bem como selecções temáticas de conteúdos, organizados por disciplinas e destinados a todas as faixas etárias, desde as crianças dos jardins de infâncias aos estudantes do ensino secundário.
Os primeiros materiais disponibilizados em finais de Março incluem desafios para o desenvolvimento de habilidades manuais, aulas de programação informática e programas sobre as obras de escritores como Primo Levi, Amos Oz ou Pier Paolo Pasolini.
A France Télévision mudou toda a programação do canal France 4 para passar a transmitir aulas ao vivo, ministradas por professores de escolas públicas. A programação abre às 09h00 com 30 minutos de leitura dedicados às crianças do primeiro ciclo e tem conteúdos para o pré-escolar, o ensino secundário e até ao ensino superior – a quem são dedicados, por exemplo, 30 minutos de Francês, ao início da tarde.
Também na Irlanda e na República Checa as aulas chegaram, nas últimas semanas, às televisões públicas. Mesmo fora da Europa, países como o Senegal estão a adoptar esta solução.
A substituição das salas de aulas pelas salas de estar no dia-a-dia dos estudantes está para durar. É essa a convicção dos especialistas da rede europeia Eurydice que, num relatório divulgado no inicio do mês, antecipam que a generalidade dos alunos do continente europeu não deverá voltar às escolas até ao final deste ano lectivo.
Fernando Gualtieri (CP 1200) com Público