A Confraria do Bom Jesus, de Braga, vai candidatar a fundos comunitários as obras da terceira fase de requalificação do Santuário, que é património da Humanidade, um investimento estimado em 2,3 milhões de euros.
O seu responsável, Cónego Mário Martins disse, esta sexta-feira, que o projecto, intitulado Requalificar III, inclui a criação do Centro Interpretativo do Bom Jesus, que receberá o nome de Jorge Ortiga, Arcebispo de Braga, um outro centro interpretativo, este especificamente voltado para explicar a história e o funcionamento do Elevador, e ainda, a restauração e valorização da antiga Casa dos Correios, que se encontra muito degradada.
Prevê, ainda, com projectos do arquitecto Carvalho Araújo e do atelier Beco da Bela Vista, que passam pela requalificação do Apeadeiro e zona envolvente do Elevador e ainda pela alteração da circulação de carros na zona e dos respectivos parques de estacionamento e pela instalação de sinalética.
No acto de apresentação da iniciativa participaram, ainda, o arcebispo, D. Jorge Ortiga, os presidentes, da Câmara local, Ricardo Rio, da CCDR -Norte, António Cunha, do Turismo do Porto e Norte, Luís Pedro Martins e a directora regional de Cultura, Laura Castro.
O líder da Confraria salientou que as obras derivam, desde logo, dos compromissos assumidos perante a UNESCO, que exigiu por exemplo a demolição de um bar em cimento, e da necessidade de qualificar a visita (um milhão de pessoas por ano), valorização, divulgação e promoção.
Salientou que a Confraria, e os restantes parceiros, esperam ter a candidatura aprovada pelo programa Portugal 20-30 até Setembro de 2023, para em Dezembro poder ser apresentado em relatório à UNESCO.
Mário Martins enalteceu o labor do prelado – que dia 13 abandona a função – em prol do Bom Jesus e este disse que aceita a distinção, embora não goste de o ver em placas ou na rua.
Na ocasião, António Cunha, o líder da CCDRN e ex-reitor da UMinho, lembrou que vive na ‘colina sagrada’ de Braga, perto do santuário, enquanto o autarca ironizou dizendo que a obra na entrada do escadório, ao lado do Elevador, não foi pensada para o ajudar na corrida semanal que faz até ao cimo.
Os dois salientaram o “carácter único” do Bom Jesus e convergiram quanto à necessidade de se acabar com o centralismo com a criação de um poder regional. Apesar disso, Cunha revelou que o actual Quadro comunitário apoiou 230 projectos na área do património no Norte, um investimento de 200 milhões. E enalteceram a cooperação entre as instituições públicas e a Arquidiocese.
Luís Moreira (CP 7839 A)