Numa reunião com poucos assuntos em agenda, seria a proposta de delegação de competências do executivo no presidente da Câmara, a dominar o primeiro encontro do novo mandato. Os três vereadores da oposição foram unânimes na reprovação da proposta ainda qua a argumentação tenha sido diferente.
Paulo Sousa começou por lembrar que “a oposição tem 62% dos votos e, portanto, temos direito a pronunciarmos sobre todos os assuntos. Acho que seria útil tratar as matérias dentro do executivo municipal, até porque 15 dias chega e sobra para discutir e aprovar as propostas”.
Ana Genoveva, também do Movimento ‘Terras de Bouro Primeiro’ disse que “temos que estar por dentro dos assuntos, ter uma voz porque não estamos aqui só para discutir determinadas coisas”.
Luís Teixeira, do PS, concordou com os argumentos dos seus companheiros da oposição, acrescentando que “só poderei estar ao serviço dos terrabourenses se estiver por dentro dos assuntos, sendo necessário, por isso, que sejam introduzidos na reunião de Câmara”.
Luís Teixeira recorreu às três semanas que esteve como presidente para lembrar que “na altura, também apresentei um conjunto de competências que me foram negadas”. Seria o vice-presidente, Adelino Cunha a tomar a palavra “para estranhar que o senhor vereador, Luís Teixeira, venha para aqui comparar a sua situação, em campanha eleitoral, com esta. Não tem nada a ver e o senhor sabe muito bem disso”.
O presidente da Câmara quis saber até “onde poderíamos fazer o nosso trabalho” até para “assumir as nossas responsabilidades”. Ora com o chumbo da proposta, Manuel Tibo ficará com as competências que o artigo 75 da lei das autarquias locais lhe confere. Uma das consequências práticas desta decisão foi logo comentada nos corredores municipais: comprar um carrinho de mão para levar todos os processos de obras para as reuniões de Câmara para serem analisados e votados pelos vereadores.
P.A.P. (CP 9420)