A mágoa do vereador António Afonso por não ter sido feita uma homenagem em vida ao, recentemente falecido, José Araújo motivou uma troca dura e intensa de palavras entre o vereador e o presidente da Câmara na reunião do executivo desta quinta-feira. António Afonso recordou uma proposta de 2003 para a atribuição da medalha de ouro do município ao ex-presidente da Câmara que foi rejeitada pelos dois vereadores da oposição de então, Ricardo Gonçalves e Joaquim Cracel Viana. O presidente da Câmara chamou de “ataque vil” e disse “ser falso o que acabou de dizer”.
António Afonso, antes do período da ordem do dia, começou por lamentar “não ter sido feita uma homenagem a José Araújo. Uma mágoa que tenho e que irei ficar com ela”, recordando depois, uma pretensa proposta feita em 2003 para a atribuição da medalha de ouro do município a José Araújo “tendo, na altura, Ricardo Gonçalves feito críticas muito duras ao ex-presidente da Câmara, secundado por Joaquim Cracel Viana”. O vereador da Coligação foi mais longe na sua intervenção: “congratulamos com a sua intervenção no final da missa de corpo presente aqui em Moimenta mas fiquei com dúvidas se não seria mais uma encenação política em ano de eleições”.
A resposta do autarca foi dura: “esse é um ataque vil e digo já que é falso o que acaba de dizer. Nunca houve qualquer proposta e se me recordo o que houve foi um voto de louvor pela sua nomeação para Governador Civil tendo eu me abstido”. Perante esta declaração António Afonso retorquiu: “não houve uma proposta formal porque sentimos que não haveria a unanimidade que era devida e portanto, retiramos a proposta”.
Uma afirmação que levou Joaquim Cracel a endurecer as críticas: “quatro ou cinco meses depois de termos tomado posse editamos um livro do Dr. Araújo, coisa que o senhor não fez, prestando-lhe uma homenagem e olhe que foi muito criticado por isso, por muita gente. Não tenha qualquer dúvida do meu apreço e amizade pelo Dr. Araújo”. Quanto às dúvidas sobre a intervenção final na missa de corpo presente, Cracel foi lapidar: “só uma mente como a sua é que poderia dizer isso”.
O autarca perguntou ainda a António Afonso “porque é que no mandato seguinte quando tinha maioria e agora, enquanto vereador da oposição, nunca apresentou uma proposta de homenagem ao Dr. Araújo porque nós teríamos votado a favor”, rejeitando, por isso, as críticas e lamentando que “fique em acta a sua mágoa como homenagem ao Dr. Araújo porque ele não merece, sobretudo com um episódio com 14 anos e que nunca existiu”. António Afonso respondeu dizendo que “nunca sentiu que houvesse a unanimidade requerida para apresentar a proposta”.
P.A.P. (CP 9420)