Três activistas do movimento Climáximo foram detidos este sábado pela PSP após terem bloqueado o trânsito durante cerca de meia hora a rua da Escola Politécnica, em Lisboa.
Acção, que gerou muitos protestos de automobilistas e populares, teve início às 12h25 e terminou cerca das 13h00, após a chegada da PSP, que algemou os três activistas e os levou detidos.
Os três activistas muniram-se de colectes reflectores, cartazes e uma faixa, sentaram-se na estrada em cima de uma passadeira e impediram a circulação automóvel até serem removidos.
Um dos condutores impedidos de passar saiu do carro, agarrou um dos manifestantes pela roupa e arrastou-o até ao passeio, conseguindo arrancar antes de o activista se voltar a sentar no meio da estrada.
Alguns dos transeuntes manifestaram o seu descontentamento pela acção com insultos aos activistas e apelos aos automobilistas para que lhes “passassem por cima”.
“DEMOCRACIA RADICAL”
Em declarações à agência Lusa, a porta-voz do movimento Climáximo, Leonor Canadas, alegou tratar-se de um “acto de democracia radical”, considerando que “não há abstenção no que diz respeito à crise climática”.
Afirmou que o movimento vai continuar a fazer “acções disruptivas”, argumentando que “aconteça o que acontecer” após as eleições legislativas de domingo, “a crise climática não vai ser travada”.
Na sexta-feira, duas activistas da Climáximo tinham sido detidas após terem partido o vidro de uma agência do banco Santander em Lisboa, durante a manifestação do Dia Internacional da Mulher.
O Ministério Público de Lisboa instaurou até final de Fevereiro 32 processos criminais relacionados com acções de protesto de activistas do clima, estando em causa crimes como desobediência, atentado à segurança de transporte rodoviário, resistência e coacção ou dano qualificado, segundo uma nota divulgada na quinta-feira.