É considerado inimputável, por sofrer de demência. Por isso, foi condenado a três anos de internamento compulsivo, mas com a pena suspensa para continuação de tratamento psiquiátrico.
Foi esta a sentença aplicada pelo Tribunal de Braga a um homem de 79 anos julgado por tentar matar, à facada, duas mulheres, de 60 e 88 anos, na casa do Curral da Turibela, em Vilar da Veiga, Terras de Bouro.
O colectivo de juízes concordou com o Ministério Público (MP) que queria que, o arguido, fosse declarado inimputável e internado em instituição psiquiátrica pois sofre de um “quadro demencial neurovegetativo”.
A suspensão fica condicionada à continuação do tratamento psiquiátrico a que se sujeitou e à proibição de contactar as vítimas e de se aproximar da casa delas.
O caso ocorreu em Outubro de 2017. O homem, de apelido Carvalho, dirigiu-se à casa das vítimas, viu a mais nova, a Célia Santos, a fechar a garagem, saltou o muro e exclamou: “quero o meu dinheiro!”. Ao que a visada respondeu: “Que dinheiro?”
A pergunta – diz a acusação – relacionava-se com o facto de o homem ter vivido alguns anos na casa, tendo saído em litígio. Dizia que tinha direitos sobre a propriedade.
Aí, pegou na faca, com 23 centímetros e 11 de lâmina, e tentou, por várias vezes, dar-lhe um golpe. Vendo o perigo, a Célia avisou a mãe, Celestina Santos, para que ficasse em casa, e pediu socorro. Só que, a progenitora veio em sua ajuda. Nesse instante, o agressor atingiu a Célia com a navalha, ferindo-a no antebraço, e esmurrou a mãe, atirando-a ao chão. E o ataque continuou: fez outro golpe no abdómen da Célia e esfaqueou a idosa, na mão, junto ao umbigo e, depois, nas costas.
A sorte das mulheres foi que passavam no local um grupo de turistas. Apercebendo-se, fugiu a correr.
As vítimas receberam tratamento médico, mas ficaram com cicatrizes.
Luís Moreira (CP 8078)