Se os EUA restringem a entrada de muçulmanos de sete países, Teerão passa a restringir a entrada a norte-americanos. Várias organizações norte-americanas de defesa dos direitos civis recorreram à justiça contra o decreto de Donald Trump que impede a entrada de refugiados e viajantes de vários países muçulmanos nos Estados Unidos. O conflito, interno e externo, está aberto.
O Irão vai proibir a entrada de norte-americanos, reagindo à decisão “insultuosa” do Presidente dos Estados Unidos de restringir chegadas com origem em território iraniano e mais seis Estados muçulmanos, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros iranianos
O Irão optou por responder à letra “depois da decisão insultuosa dos EUA respeitante aos cidadãos iranianos”, disse o ministro Mohamad Javad Zarif numa intervenção transmitida pela televisão pública.
Na sexta-feira, Donald Trump assinou uma ordem para suspender a chegada de refugiados e impor controlos aos passageiros vindos do Irão, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iémen.
O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano considerou a decisão “ilegal, ilógica e contrária às regras internacionais”.
E acrescentou que a sua decisão vai manter-se enquanto a medida dos Estados Unidos estiver em vigor.
O governante ordenou aos serviços diplomáticos iranianos que ajudem os cidadãos do Irão que foram “impedidos de regressar às suas casas e aos seus locais de trabalho e de estudo”.
Os agentes de viagens em Teerão disseram que as companhias aéreas estrangeiras começaram a vedar o acesso dos iranianos aos voos para os Estados Unidos.
TRUMP EM TRIBUNAL
Entretanto, várias organizações norte-americanas de defesa dos direitos civis recorreram à justiça contra o decreto de Donald Trump que impede a entrada de refugiados e viajantes de vários países muçulmanos nos Estados Unidos.
A queixa contra o Presidente Trump, que deu entrada num tribunal federal de Nova Iorque, foi apresentada pela União Americana das Liberdades Civis e outras organizações de defesa dos direitos humanos e dos imigrantes, que exigem a libertação dos dois cidadãos iraquianos que foram detidos na sexta-feira no aeroporto JF Kennedy, devido ao decreto.
A Casa Branca anunciou na sexta-feira ter proibido durante três meses a entrada de cidadãos de sete países muçulmanos: Irão, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iémen. As excepções são os cidadãos com vistos diplomáticos e oficiais e os que trabalham para instituições internacionais.
O Presidente, Donald Trump, justificou a controversa medida, muito criticada pelos democratas e por organizações de defesa dos direitos cívicos e dos direitos humanos, com o argumento de que visa lutar contra os “terroristas islâmicos radicais”.
FG (CP 1200) com RR