O risco de contrair tuberculose na região Norte “tem vindo a descer de forma sustentada”, atingindo predominantemente os concelhos do litoral, refere um estudo da Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte.
Segundo o estudo, o risco de contrair tuberculose concentra-se na população residente em Barcelos, Esposende, Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Matosinhos, Porto, Maia, Valongo, Gondomar, Penafiel e Marco de Canaveses.
“O risco de contrair tuberculose na região Norte tem vindo a descer de forma sustentada, a um ritmo de cerca de 5,3% ao ano”, uma descida superior à observada em Portugal, nomeadamente a que ocorreu entre 2013 e 2014 e que se situou em 5%, atingindo, refere o relatório da ARS.
O estudo ‘A Tuberculose na Região de Saúde do Norte – 2014’, que actualiza a situação epidemiológica, conclui que a doença “está mais concentrada no litoral, em alguns concelhos do Grande Porto e da sub-região do Tâmega”.
Evolução favorável
Em termos demográficos, a doença “continua a assumir uma maior magnitude nos indivíduos do sexo masculino, mas atinge as mulheres em idades mais jovens”, sendo o risco de contrair tuberculose “mais elevado nos grupos etários com mais de 74 anos de idade”.
Ao nível do tratamento, o sucesso terapêutico dos casos de tuberculose pulmonar diagnosticados fixou-se nos 84,6% em 2013 e nos 81,3% em 2014, ano em que foram registados 884 casos na região, dos quais 833 eram casos novos.
Do total de 884 casos de tuberculose registados em 2014, em 99 casos (11,2%) havia registo de “dependência do álcool”, proporção mais baixa do que a registada em anos anteriores (14,3% em 2011, 14,2% em 2012, 13,7% em 2013).
Ainda em termos de factores de risco, o estudo indica que o número de casos de tuberculose em indivíduos que consomem drogas por via intravenosa “tem vindo a descer de forma muito evidente nos últimos anos”, passando de 195 casos em 2000 para 28 casos em 2014.
Já os dados relativos a internamentos hospitalares de doentes com tuberculose “têm vindo a descer a um ritmo superior ao observado para o total de casos de doença registados na comunidade, tendo atingido em 2014 um valor mais baixo do que seria expectável, quando comparado com o ano precedente”.
“Em resumo, a evolução da tuberculose na Região de Saúde do Norte tem sido, nos últimos anos, consistentemente favorável”, conclui o relatório que acrescenta, contudo, a necessidade de uma “atenção redobrada sobre os factores que explicam que os doentes interrompam o tratamento ou morram no seu decurso”.
FG (CP 1200) com Lifestyle