O presidente do Turismo do Porto e Norte, Luís Pedro Martins, criticou este sábado o que considera ser o “menosprezo” da região por parte da TAP, pedindo mais recursos para atrair as companhias aéreas para o aeroporto Francisco Sá Carneiro e que a região seja “ressarcida” da inoperacionalidade da companhia aérea nacional.
Em comparação com 2019, o último ano antes da pandemia, a TAP está a transportar menos de um terço dos passageiros que na altura tinha no aeroporto do Porto. Segundo o Jornal Económico actualmente apenas um em cada dez passageiros que utilizam aquele aeroporto do norte do país o faz através da companhia aérea nacional.
“Os últimos números sobre a actividade do Aeroporto Francisco Sá Carneiro deixam um misto de sentimentos nos responsáveis do Turismo do Porto e Norte. Se, por um lado, neste momento a infra-estrutura aeroportuária já opera a 70 por cento dos valores que registava no período pré-pandemia, por outro lado, só um em cada dez passageiros dos voos de e para o Porto o fazem através da TAP”, refere o Turismo do Porto e Norte no comunicado.
“A companhia de bandeira do País, paga por todos os portugueses, não trata todas as regiões por igual e o progressivo esvaziamento da sua operacionalidade no Aeroporto Francisco Sá Carneiro é para nós totalmente incompreensível”, refere Luís Pedro Martins, presidente do Turismo do Porto e Norte, no mesmo comunicado.
O Turismo do Porto e Norte defende que a rentabilidade da operação no Aeroporto do Porto é “visível na receptividade das companhias aéreas que apostam na área de influência do nosso aeroporto, e que têm progressivamente retomado a operação, em contraciclo com aquilo que se passa com a TAP”.
CENÁRIO GRAVE
Esta entidade considera “fundamental que as ligações de longo curso retomem, concretamente ao Brasil, Estados Unidos e Canadá, bem como à Ásia e Pacífico”, mas para este objectivo torna-se cada vez mais evidente que a região não pode “contar com a TAP”.
“Perante o que parece ser o menosprezo da TAP pela região, o Turismo do Porto e Norte reclama recursos para apoiar o Aeroporto, e por essa via as regiões Norte e Centro de Portugal, na atracção de companhias aéreas que verdadeiramente reconheçam o valor deste território e que já demonstraram interesse em operar no destino”, adianta.
Região precisa de ser “ressarcida” da inoperacionalidade da TAP
“O Turismo do Porto e Norte acompanha as preocupações manifestadas pelos autarcas da região, e está disponível para, havendo reforço financeiro, trabalhar com o Turismo de Portugal e com o Aeroporto do Porto, naquele que é um dos factores críticos de sucesso para a região”, conclui.
“Estamos a falar de um aeroporto estratégico para o Noroeste Peninsular, que serve uma região fortemente industrializada e economicamente pujante, com mais de cinco milhões de habitantes, e um destino turístico que é aquele que mais crescia na era pré-pandémica”, salienta.
O Turismo do Porto e Norte considera que “do plano de apoio a companhias aéreas muito tem sido feito, mas a verdade é que na hora de captar o mercado de aviação, que é decisivo para a retoma do destino, os nossos recursos financeiros são manifestamente insuficientes”.
Este cenário é “consideravelmente mais grave quando o alvo são as companhias aéreas de longo curso”, defende, acrescentando que a região “precisa de ser ressarcida da inoperacionalidade da TAP, que parece ter desistido desta parte do País”.
Recorda que nas 19 companhias que operam neste momento no aeroporto, que em conjunto cobrem 21 mercados potenciais e mais de uma centena de rotas, a TAP possui apenas sete que cobrem o mercado internacional.
Redacção com Jornal Económico