O Governo ordenou aos lares que não levassem em conta as orientações da Direcção-Geral da Saúde (DGS) sobre o recomeço das visitas a idosos, admitindo que o anunciou se tratou de “um lapso”, avança o JN.
Num email enviado às instituições, o Ministério da Segurança Social aludiu a uma deliberação do Ministério da Saúde para travar a reabertura. Este último veio lamentar nesta terça-feira de manhã a descoordenação e pediu que se leve em conta o recomendado pela autoridade de saúde.
À União das Misericórdias Portuguesas (UMP), Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) e mais alguns parceiros do Estado no terceiro sector, o Ministério da Segurança Social fez chegar ao final da tarde de segunda-feira e-mails em que estabeleceu como regra a não reabertura das visitas aos lares a 18 de Maio e nos quais pediu para não ser levada em conta a orientação da (DGS) que iria ser emitida – como foi dali a pouco – sobre os procedimentos a tomar
Segundo o JN, a ordem saiu da Secretaria de Estado da Acção Social, liderada por Rita da Cunha Mendes, e aludiu ao “pedido de última hora do Ministério da Saúde”, que terá discordado da recomendação da DGS para a reabertura dos lares dentro de uma semana.
Naquela comunicação foi pedido que não fosse distribuída pelas instituições a orientação dada pela DGS.
Entretanto, já esta terça-feira de manhã, o Ministério da Saúde veio pedir ao terceiro sector que não levasse em conta o que o Ministério da Segurança Social remeteu na segunda-feira.
Ao JN, o Ministério da Segurança Social explicou que a comunicação enviada na segunda-feira à noite tratou-se de “um email interno, que resultou de um lapso de um adjunto e foi enviado antes de as orientações terem sido divulgadas publicamente, tendo já sido dada nota disso mesmo aos parceiros do sector social e solidário”.
“As regras que estão em vigor e que foram ontem [segunda-feira] publicadas resultam da colaboração entre o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e o Ministério da Saúde, tendo sido ouvidos todos os parceiros do sector social”, respondeu o gabinete da ministra da Segurança Social, Ana Mendes Godinho, que frisou que “caberá a cada estrutura avaliar a sua capacidade de implementação das condições referidas”.
CONFUSÃO
Segundo o presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), padre Lino Maia, “houve uma grande descoordenação neste processo” mas que pensa “já ter sido corrigida”.
“Achámos estranho a informação [vinda do Governo]. No Ministério da Segurança Social sabia-se que estava a ser equacionado o recomeço das visitas, até porque tive uma conversa com a senhora ministra [Ana Mendes Godinho]. Depois chegou essa informação, que veio criar alguma confusão”, explicou, ao JN, o responsável, que defende que “as portas não podem abrir de forma escancarada”.