“Não quero ser candidato a qualquer cargo autárquico. Trata-se de uma decisão profundamente meditada ao longo dos últimos meses». Está confirmado: Cracel não é candidato à Câmara de Terras de Bouro nas autárquicas de 2017. O edil vai comunicar oficialmente, esta sexta-feira à noite, durante a sessão ordinária da assembleia municipal.
Confirma-se a informação avançada – em 1.ª mão – pelo jornal O Amarense & Caderno de Terras de Bouro”, na edição de 1 de Fevereiro, nas bancas.
DECLARAÇÃO NA ÍNTEGRA
“- Nunca fui convidado por qualquer partido político, a não ser pelo PS, nem nunca me passou pela cabeça contribuir para a construção de uma lista de cidadãos independentes. Seria ridículo! Só aceitaria ser candidato pelo PS. É com o PS que eu me identifico. Por isso, tudo o que se diz e alguns de vós repetem e divulgam não passa de uma farsa política, de manobras de diversão ou tentativas de divisão. Lamento profundamente que assim seja!
Feitos estes esclarecimentos, que são sempre úteis e relevantes, importa também apresentar-vos o que penso sobre as eleições autárquicas no nosso Município. Sei que, em circunstâncias normais, isto é, com candidatos de valor pessoal e projeção social e sem divisões significativas dentro dos partidos, só há duas forças políticas com hipótese de eleger um presidente de câmara em Terras de Bouro: o PS e o PSD. As restantes forças políticas e grupos de cidadãos independentes podem fazer resultados honrosos, mas não passarão disso. Sei do que falo por experiência própria e pela análise histórica das autárquicas no nosso município.
Caras e caros membros da Assembleia Municipal:
Passo agora a comunicar-vos o que decidi há muito tempo sobre o meu percurso na vida política municipal. Notem que é a primeira vez que o faço publicamente e escolhi este órgão autárquico porque sinto por muitos de vós uma enorme consideração e estima. A minha decisão, como é evidente, já foi comunicada oficialmente aos meus vereadores e aos órgãos locais, distritais e nacionais do Partido Socialista e é a seguinte:
1.º – Não quero ser candidato a qualquer cargo autárquico. Trata-se de uma decisão profundamente meditada ao longo dos últimos meses. Os motivos para esta minha decisão só a mim dizem respeito, mas adianto que, após um ano como vereador a tempo inteiro, três anos como vereador da oposição e oito anos como presidente da câmara, chegou o momento de passar a tarefa a outros com mais motivação e competência. Se em oito anos não consegui nem vislumbro soluções para resolver o principal problema do nosso Município, que é a perda contínua de população, não seria nos próximos quatro anos que resolveria tal problema. Parafraseando o saudoso Mário Soares, “Peço desculpa, mas retiro-me.”
2.º – Contudo, quero deixar claro que, tendo por base os superiores interesses do nosso Município, colocarei novamente a hipótese de me recandidatar se o candidato de um dos partidos com capacidade para vencer as eleições autárquicas for uma pessoa que andou vários anos a inventar e a construir teorias e profecias sobre mim, pondo em causa a minha dignidade e seriedade, sem qualquer envolvimento social digno de relevo, em quem não reconheço capacidade, competência e sabedoria para fazer mais e melhor do que eu tenho feito e ainda por cima assumirá uma candidatura na base da vingança e do conflito entre pessoas. Poderei perder as eleições autárquicas, mas não estendo a passadeira a quem não tem competências pessoais e sociais para desempenhar o cargo.
3.º – Devo ainda informar-vos que é minha intenção cumprir até ao final do mandato autárquico, com empenho e dedicação, as minhas funções de presidente da câmara. Gostava de ver o início de algumas obras ou pelo menos a sua aprovação pelos Fundos Estruturais”.