O último relatório do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) sobre a diversidade genética do SARS-CoV-2 em Portugal demonstra que a maioria das linhagens detectadas na última amostragem (sublinhagens BA.2.86) “apresentam um perfil mutacional semelhante na Spike (BA.2.86-like)”, consideravelmente divergente da linhagem anteriormente dominante (XBB).
Este perfil, referem os resultados, “confere-lhes maior capacidade de fuga ao sistema imunitário, e, potencialmente, maior transmissibilidade”.
Segundo o relatório do INSA, a linhagem recombinante XBB (e suas descendentes), dominante em Portugal desde semana 10 até à semana 43 de 2023, regista uma tendência decrescente desde então, não tendo sido detectada qualquer sequência desta linhagem entre 3 de Junho e 7 de Julho.
A linhagem BA.2 da variante Omicron foi dominante em Portugal nos primeiros meses de 2022, tendo, desde então, mantido uma circulação discreta, até ao surgimento da sua sublinhagem BA.2.86. Esta sublinhagem é dominante em Portugal desde a semana 44 de 2023, tendo apresentado uma frequência relativa de 98,5% na última amostragem (semanas 23/2024 a 27/2024). Circulam maioritariamente em Portugal a sua sublinhagem JN.1 e descendentes.
Entre as últimas destaca-se o aumento de circulação da sublinhagem KP.3, a qual representou 72% das sequências analisadas entre as semanas 23/2024 e 27/2024. Esta sublinhagem, bem como outras sublinhagens em circulação (por exemplo, KP.1 e KP.2), foi incluída na lista de variantes sob monitorização pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), de acordo com o seu mais recente relatório.
Até à data, foram analisadas 49.800 sequências do genoma do novo coronavírus, obtidas de amostras colhidas em mais de 100 laboratórios, hospitais e instituições, representando 307 concelhos de Portugal.