Nuno Peres, físico da Universidade do Minho, é pelo terceiro ano consecutivo o cientista radicado em Portugal cujas publicações científicas têm mais impacto mundial. A confirmação é dada pela lista ‘ISI Thomson Reuters Highly Cited Researchers 2016’, que inclui apenas 3 mil cientistas de todo o mundo.
Segundo a Reitoria, os artigos de Nuno Peres têm 18.793 citações nos últimos dez anos, sendo cada artigo citado em média 241 vezes. Seguem-se Mário Figueiredo (Universidade de Lisboa) com 6898 citações, Isabel Ferreira e Lilian Barros (ambas do Instituto Politécnico de Bragança), respetivamente com 5333 e 2955, e Delfim Torres (Universidade de Aveiro) com 2197. A lista tem ainda o biólogo Miguel Araújo, com 17.507 citações, que não está radicado em Portugal, mas mantém ligação à Universidade de Évora.
A lista incide apenas nos artigos altamente citados, que representam 1% do que se publica no mundo. É elaborada pelo Institute for Scientific Information e a presença de investigadores nacionais tem muita relevância, pois constitui um indicador da qualidade e do impacto internacional da ciência feita em Portugal e é um dos critérios para realizar rankings de instituições de ensino superior. O trabalho de Nuno Peres é, assim, valorizado mundialmente e confirma que a estratégia da UMinho tem sido bem-sucedida, em particular do seu Departamento de Física e Centro de Física, os quais intensificaram esforços em investigação e visibilidade internacional.
Nuno Peres é professor catedrático e vice-presidente da Escola de Ciências da UMinho e o primeiro físico português a dedicar-se, desde 2004, à investigação do grafeno, a forma bidimensional do carbono com potenciais aplicações na eletrónica, na fotónica, nos materiais compósitos, nos sensores e nas ciências da vida. O cientista de 49 anos, natural de Arganil, Coimbra, é coautor do artigo de revisão mais citado sobre o grafeno, editado pelo jornal ‘Reviews of Modern Physics’, e já colaborou várias vezes com os ‘Nobel do grafeno’ Andre Geim e Konstantin Novoselov, ambos da Universidade de Manchester.
É coordenador do único projeto nacional do Graphene Flagship, um dos dois maiores programas científicos europeus em curso, com 500 milhões de euros de investimento. Já venceu os prémios Gulbenkian Ciência, Seeds of Science e de Mérito à Investigação da Universidade do Minho. É membro da Academia das Ciências de Lisboa e da Sociedade Portuguesa de Física. Foi professor visitante em Turku (Finlândia), Boston (EUA), Dresden (Alemanha) e Singapura.
Mais informações sobre a ‘Highly Cited Researchers 2016’ em http://highlycited.com (pesquisar “Portugal”).
Luís Moreira (CP 8078)