Dezenas de artefactos, como bifaces e machados de mão, com milhares de anos, foram descobertos na freguesia de Bela, em Monção, durante uma investigação arqueológica transfronteiriça que vai continuar, em 2019, disse esta terça-feira a arqueóloga daquele município. A Universidade do Minho participou na investigação.
“Os arqueólogos portugueses e espanhóis descobriram algumas dezenas de artefactos, sobretudo bifaces, mas também machados de mão com entre 200 a 300 mil anos”, explicou Odete Barra à agência Lusa.
A descoberta resultou de um projecto de investigação transfronteiriço intitulado ‘Miño-Minho: Os Primeiros Habitantes do Baixo Minho’, que decorreu, em simultâneo, na freguesia de Bela, concelho de Monção, distrito de Viana do Castelo, e, em Espanha, na província de Burgos.
“Do lado de Portugal os trabalhos decorreram na freguesia de Bela e, do lado espanhol, nas localidades de Porriño e As Neves”.
Segundo Odete Barra, “os utensílios, bastante rudimentares, mas em bom estado de conservação, são importantes para estudar a ocupação do território, naquela região”.
“Os artefactos foram encontrados em estratos arqueológicos que os foram preservando, em bom estado, até aos dias de hoje, e que permitem verificar a utilização dos mesmos”, especificou.
A investigação arqueológica teve início em Maio e permitiu a descoberta do Sítio Paleolítico da Bela.
Entre 25 de Junho e 3 de Julho realizaram-se mais trabalhos arqueológicos, “tendo-se identificado um número significativo de artefactos de pedra lascada, como bifaces e machados de mão”.
O projecto, participado por investigadores portugueses e espanhóis, das universidades do Minho, Lisboa, Porto e do Centro Nacional de Investigación sobre la Evolución Humana, em Burgos, contou com o apoio da Câmara de Monção, da Junta de Freguesia de Bela, e do proprietário do terreno, onde decorreu a sondagem arqueológica.