O director executivo do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Alto Ave reconheceu a existência de constrangimentos no acesso aos serviços de saúde devido à pandemia que está a sobrecarregar os médicos de família, enfermeiros e pessoal auxiliar com novas tarefas, alterando o funcionamento normal das unidades de saúde.
O ACES do Alto Ave é constituído pelas unidade e Cabeceiras de Basto, Mondim de Basto, Fafe, Guimarães, Taipas e Vizela.
De acordo com José Novais de Carvalho, citado pelo site Guimarães Digital, “o centro de saúde e as unidades de saúde estão a funcionar e há um elevado número de consultas feitas quer presenciais, quer não presenciais”, mas reconheceu que a crise sanitária “fez aumentar as tarefas dos médicos de família”.
“Para além do trabalho que têm de fazer no dia-a-dia no atendimento presencial dos utentes, os médicos de família têm de cumprir escalas nas consultas das Áreas Dedicadas para atendimento de pessoas em Guimarães e em Fafe que para ali são orientadas devido a suspeitas de covid-19, bem como nas consultas de serviços de acompanhamento complementar para situações não covid-19”.
SITUAÇÕES LIMITE
O responsável alerta que as equipas de família (médicos e enfermeiros) “têm de acompanhar diariamente os doentes cujo resultado do teste foi positivo”. “Estamos a seguir mais de mil utentes nestas condições, afirmou, novamente citado pelo site vimaranense.
“Ao trabalho normal das unidades foram acrescentadas outras tarefas”, sublinha, referindo que “as unidades estão com sobrecarga e os profissionais com toda a pressão do trabalho estão a chegar em algumas situações ao limite”, assegura.
Quanto à dificuldade de estabelecer contacto telefónico, Novais de Carvalho assinalou a existência de “algumas limitações por razões técnicas”.
“Não estávamos preparados para isto e as nossas centrais telefónicas não permitem um atendimento tão pronto como seria desejado pelos utentes. A sobrecarga a que estão sujeitos os secretários clínicos, os enfermeiros e os médicos de família faz com que o atendimento seja um pouco mais retardado”, indicou, apelando à compreensão dos utentes.
Mesmo assim, o responsável garantiu que as consultas presenciais “são realizadas sempre que é necessário”. “Agora, as pessoas dirigem-se às unidades para procurar conselhos e até alguns afectos e são esses acompanhamentos que estão a ser prejudicados”, referiu.
“As unidades estão a funcionar e estão a ser acompanhados milhares de utentes”, afirma, explicando que o número de utentes em vigilância activa (doentes infectados e os que estiveram ou estão expostos a um conjunto de situações que implicam o acompanhamento diário) ultrapassam os mil utentes naquele ACES.
Preocupado com a situação epidemiológica em Guimarães, Novais de Carvalho aponta que “os números só melhoram e estabilizam se os cidadãos não cumpridores passarem a cumprir”. “As festas de família, as festas de anos, as reuniões de amigos e os ajuntamentos têm de ser evitados”, apelou, acrescentando que “andamos a lutar há meses e todos temos de colaborar”.