A maioria dos 12 lesados com o pagamento de ‘jóias’ de inscrição que podiam ir até aos 40 mil euros, para admissão de idosos no lar da Irmandade de Santa Cruz, em Braga, vai constituir-se assistente no processo para poderem pedir a devolução do dinheiro pago.
Conforme o PressMinho/O Vilaverdense noticiou, a investigação da PJ/Braga, a pedido do Ministério Público, às práticas supostamente ilegais de exigir uma jóia, nasceu de uma denúncia da Segurança Social. Ao todo, o MP concluiu que 12 pessoas pagaram 297 mil euros para serem admitidas, violando, assim, os acordos de cooperação com aquele organismo.
A acusação de corrupção passiva no sector privado, incide sobre a instituição e sobre o seu ex-provedor, Carlos Cruz Vilaça, de 74 anos. Fonte ligada ao processo disse que a maioria dos utentes que pagaram a jóia, e que são testemunhas, vão pedir uma indemnização de valor igual ao da jóia.
Casos há, em que os utentes que pagaram, um deles 40 mil euros e outros com 25 ou 15 mil, sofrem de doenças degenerativas, pelo que são representados pelos tutores que lhes haviam sido judicialmente nomeados.
Uma das testemunhas disse no inquérito que foi a vários lares da cidade, e em todos eles lhes foi pedida a mesma jóia, pelo que optou pelo lar da Irmandade, dada a fama que tinha se ter boa qualidade.
Nesta fase, o ex-provedor e a directora técnica da instituição disseram que se tratava de “doações voluntárias”, mas as testemunhas contrariaram esta tese.
Apesar disso, há, de facto, utentes ou beneméritos a doar dinheiro e bens imobiliários à Irmandade como sucedeu, há dez anos, com uma mulher que doou mais de um milhão de euros, verba entretanto consumida, dado que dava grande prejuízo anual.
Carlos Cruz Vilaça, que foi provedor entre 2006 e 2014, é acusado de, à revelia dos acordos com a Segurança Social, exigir verbas, entre 10 a 40 mil euros.
O PressMinho/Vilaverdense tentou, mas não conseguiu, contactar o ex-provedor, e o actual, Luís Rufo.
Luís Moreira (CP 8078)