Os deputados municipais aprovaram, esta quarta-feira à noite, por unanimidade, alterações ao ‘Orçamento da Receita de 2018’ da autarquia, uma imposição do Tribunal de Contas face aos atrasos nos procedimentos concursais para as obras de saneamento, que atiram a conclusão de uma grande parte das empreitadas anunciadas para 2019. A reprogramação financeira foi discutida e aprovada em reunião extraordinária do órgão municipal com mais algumas ‘alfinetadas’ entre a maioria PSD e a bancada PS.
“Como é sabido, a maioria das candidaturas foram alvo de aprovação e análise em 2016 e lançados os procedimentos entre Fevereiro e Maio de 2017, mas – face a algumas contestações e análises mais complexas – o processo administrativo demorou mais tempo na maioria dos casos”, justificou o presidente da câmara, António Vilela, assinalando que “a maioria das obras tinha um prazo de execução de 360 dias. Como sabem, uma parte das obras de saneamento já está em andamento (Vila Verde e Loureira) e vão avançar Turiz, Cervães, Barbudo, Cabanelas, Soutelo e Vila de Prado. Só que Tribunal de Contas pediu esclarecimento”, notou o edil vilaverdense, uma vez que os atrasos atiram uma parte da execução das obras para 2019.
Daí a necessidade de reprogramar o orçamento da receita de 2018, bem como o Plano Plurianual de Investimentos (PPI).
AREIAS NA ENGRENAGEM
“Na apresentação do Plano e Orçamento para 2018, falavam em estratégia e planeamento rigorosos e o que se vê agora é que os métodos que adoptam são totalmente ao contrário do que apregoam”, contestou o PS, pela voz do deputado municipal, Carlos Araújo. “Falta de planeamento e programação. É preciso maior objectividade no orçamento apresentado, concluiu”.
O PS acabou por votar a favor, mas António Vilela aproveitou, mais uma vez, para puxar da ‘cartilha laranja’ e acusar os socialistas de “estarem sempre a colocar areias na engrenagem. Estou surpreendido com o que ouvi, mas não me espanta, pois o PS quer é que as obras não se realizem para, depois, vir apregoar isso mesmo”.
Por entre uma intervenção com ‘dupla conotação’ do presidente de junta de Cervães, Hélder Forte, e outra mais ‘inusitada’ do deputado laranja Mário Nogueira, o líder da bancada do PS, Martinho Gonçalves voltou a colocar mais algumas achas na fogueira: “A bancada do PS nunca usou truques para colocar areia na engrenagem. Estamos de peito aberto para o bem do concelho, para que todas as obras que são precisas. Somos democratas e a forma como o senhor presidente abordou o tema não é correcto, nem é sério!”.
CMS (CP 3022)