Pelo menos 20 pessoas foram detidas este sábado pela polícia na sequência de manifestações em diversas cidades francesas, em particular na capital Paris, contra uma lei de segurança que desde há meses origina diversos protestos, indicaram os media locais.
Na capital, cerca de 2.000 pessoas concentraram-se na praça da República, e enquanto decorriam desfiles paralelos organizados pelo colectivo dos “coletes amarelos”.
O Sindicato Nacional dos Jornalistas (SNJ) esteve na origem deste protesto, mas também surgiram bandeiras de sindicatos, associações feministas, do partido França Insubmissa e de organizações de extrema-esquerda.
Os incidentes ocorreram uma hora antes do início do recolher obrigatório a partir das 18h00 locais devido à pandemia e após a retirada dos organizadores. Algumas centenas de manifestantes permaneceram na praça e lançaram objectos em direcção à polícia de intervenção.
As forças policiais que estavam presentes com forte contingente — cerca de 2.500 agentes vigiaram as marchas durante todo o dia –, recorreram a canhões de água e algumas cargas para dispersar os participantes.
Os responsáveis policiais não forneceram informações sobre as detenções, mas segundo a cadeia BFMTV foram presas cerca de 20 pessoas antes da dispersão dos manifestantes que permaneciam na praça.
Registaram-se ainda incidentes e várias detenções em Nantes (oeste da França), numa concentração que decorreu à chuva e com a polícia de intervenção a efectuar diversas cargas e lançar gás lacrimogéneo.
Em França ocorreram hoje manifestações em dezenas de cidades por todo o país contra a Lei de Segurança Global que está a ser discutida no parlamento, após a sua aprovação em primeira leitura pela Assembleia Nacional em 24 de Novembro passado.
Um dos aspectos mais polémicos do texto legislativo consiste no artigo 24.º, que prevê a proibição e punição (até um ano de prisão de 45.000 euros de multa) da difusão de imagens de agentes policiais que possam ser identificados, com o argumento de que poderão ficar em perigo.
Na sequência de uma reacção nos ‘media’, associações de direitos humanos e a oposição de esquerda, o Governo francês admitiu reformular esta lei.
Redacção com MadreMedia