O Papa Francisco determinou esta segunda-feira a mudança do nome do Arquivo do Vaticano, que abandona a denominação ‘Secreto’, por considerar que a palavra ganhou uma carga “prejudicial” para a sua missão.
“Com as progressivas mudanças semânticas que ocorreram nas línguas modernas e nas culturas e sensibilidades sociais de diferentes nações, em maior ou menor grau, o termo Secretum, vinculado ao Arquivo do Vaticano, começou a ser mal compreendido, colorido em tons ambíguos, até negativos”, escreve o pontífice, numa carta apostólica divulgada pela Santa Sé.
A nova denominação da instituição dirigida pelo cardeal português D. José Tolentino Mendonça passa a ser ‘Arquivo Apostólico do Vaticano’, seguindo a mesma linha utilizada na Biblioteca.
“Tendo perdido o verdadeiro significado do termo ‘secretum’ e associando instintivamente o seu valor ao conceito expresso pela moderna palavra ‘secreto’, nalgumas áreas e ambientes, mesmo de certa importância cultural, essa expressão assumiu o sentido prejudicial de estar oculto, de não ser revelado e ser reservado para poucos”, escreve Francisco.
A mudança, acrescenta, foi pedida por bispos e colaboradores próximos, tendo sido validade pelos “superiores do mesmo Arquivo”
Ao longo de 85 quilómetros de estantes do Arquivo, distribuem-se mais de 630 fundos de arquivos diferentes.
O arquivo, nos moldes em que existe, nasceu por iniciativa de Paulo V, no século XVII, ainda que a sua história recue nos séculos, dado ter nascido, desde cedo, a tradição de os Papas guardarem a documentação que se referia ao exercício da sua própria actividade.
O documento mais antigo conservado no Vaticano é o ‘Liber Diurnus Romanorum Pontificum’, livro de fórmulas da chancelaria pontifícia do século VIII.
Este arquivo pode ser visitado por qualquer investigador devidamente acreditado por uma universidade ou instituto cultural, sem distinção de credo.
Redacção com Agência Ecclesia