A empresa eléctrica estatal venezuelana suspendeu esta sexta-feira o fornecimento eléctrico ao Parlamento, horas depois de o presidente Nicolás Maduro acusar os parlamentares de sabotar a sua gestão e anunciar que suspenderia a luz nas horas de racionamento eléctrico.
A Venezuela implementou no passado dia 25 um novo plano de racionamento de energia eléctrica, que passa também pelo corte de fornecimento doméstico, durante quatro horas diárias, ao longo de 40 dias, na sequência da falta de água alegadamente provocada pelo fenómeno meteorológico El Niño. O novo plano de racionamento poderá prolongar-se até o nível da principal barragem do país (El Guri) recuperar ou até começar a época das chuvas (finais de Maio).
O presidente do Parlamento, Henry Ramos Allup, reagiu à suspensão e anunciou que os deputados continuarão a legislar, mesmo sem serviço eléctrico.
“Continuaremos a trabalhar em prol do povo venezuelano. Onde devem cortar a luz é em Miraflores [palácio presidencial] e no Supremo Tribunal de Justiça, para que não continuem a destruir a Venezuela”, escreveu na sua conta do Twitter.
Produção de cerveja suspensa
O ambiente de grande confronto social agravou-se quando o principal fabricante de cervejas anunciou esta sexta-feira a suspensão da produção na última de quatro unidades do país.
A Polar produz cerca de 80% da cerveja consumida na Venezuela e é responsável por 10 mil empregos directos e mais de 300 mil postos de trabalho indirectos.
Na semana passada, a empresa já tinha anunciado que só tinha matéria-prima para produzir cerveja até esta sexta-feira, devido à falta de moeda internacional para pagar aos fornecedores estrangeiros, provocada pelo controlo estatal do câmbio no país.
Redacção