António Vilela, presidente da Câmara Municipal de Vila Verde, e João Luís Nogueira, director da Escola Profissional Amar Terra Verde, deixaram de ter medidas de coacção desde quarta-feira, embora as mesmas disposições restritivas estejam já extintas há um mês, de acordo com o despacho do Juiz de Instrução Criminal da Comarca de Braga.
Segundo o PressMinho/O Vilaverdense apurou de fontes judiciais, foi o Ministério Público, em Braga, a “promover a extinção dessas medidas de coacção”, uma vez que “até ao momento não deduziu acusação”, sete meses após as duas detenções, em Vila Verde, como refere no seu despacho aquele magistrado judicial.
Ainda segundo a decisão do Juiz de Instrução Criminal de Braga, Luís Faria Fernandes, o Ministério Público/DIAP de Braga afirmou “terem deixado de existir os perigos que foram identificados” e que “pelas medidas de coacção foram ao tempo da aplicação acautelados”.
António Vilela e João Luís Nogueira deixam assim de estar impedidos de falar entre si ou com qualquer tipo de testemunha neste processo, podendo de novo deslocar-se ao estrangeiro, o que implicou a devolução dos seus passaportes, tendo sido avisadas todas as autoridades policiais que acabaram essas mesmas medidas de coacção.
As investigações da Polícia Judiciária de Braga, que foram decididas pelo Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP), do Ministério Público, seguiram-se a cartas, não só originárias do Partido Socialista, como também a escritos anónimos todos para o MP.
VILELA “TRANQUILO”
António Vilela não quis até ao momento falar sobre a cessação de todas as suas medidas de coacção, confirmadas este sábado ao PressMinho/O Vilaverdense pelo seu advogado, Paulo Costa, só que a reacção poderá surgir pela via oficial camarária.
Para a defesa do presidente da Câmara de Vila Verde, a António Vilela nunca foi então “apreendido qualquer bem na sua posse ou sequer algum documento que seja”, segundo se soube de fontes ligadas ao autarca.
“António Vilela está totalmente inocente, de tudo aquilo que então o indiciaram”, ainda de acordo com as mesmas fontes, recordando que “o aumento de capital da EPATV era imposição da lei, tendo sido votado por unanimidade, depois aprovado”, de início pelas Câmaras Municipais e depois pelas Assembleias Municipais de Vila Verde, de Amares e de Terras de Bouro.
NOGUEIRA “PERSEGUIDO”
João Luís Nogueira tem feito saber “estar a ser vítima de uma perseguição”, mas ainda não reagiu ao volte-face judicial, embora o PressMinho/O Vilaverdense já tenha constatado, junto de fontes que lhe são próximas, “continuar a confiar inteiramente na Justiça”.
De acordo com as mesmas fontes, “esta decisão no fundo é o decurso normal da marcha de um processo judicial face a um conjunto de suspeições que então se levantaram”.
No entanto, “a sua consciência está e aliás, esteve sempre tranquila, sempre soube que o tempo iria dar-lhe razão, mas preferiu o silêncio, por respeito pelas instâncias judiciais”.
O seu advogado, Sebastião Marques Quarenta, com escritório em Braga, não quis fazer quaisquer comentários.
Joaquim Gomes (CP 2015)