O autarca de Vila Verde, o social-democrata António Vilela, garantiu, esta segunda-feira à tarde, ao Tribunal de Braga que não deu qualquer indicação de preferência ou fez qualquer interferência, a favor de uma dada candidata, no concurso público de contratação de um técnico para direção financeira do Município.
Questionado pelo juiz-presidente do Tribunal sobre o facto de alegadamente ter dito a António Zamith Rosas, então vereador na Câmara e presidente do júri do concurso, que “tinha a pessoa certa para o lugar”, Vilela disse que não se lembrava de ter tido essa conversa, mas contrapôs que, a ter existido, ela referia-se a uma então chefe financeira da Câmara da Trofa, pessoa competente e que queria sair do município. O que – frisou – nem sequer se concretizou porque a técnica acabou por ficar na Trofa.
O edil contou ter pedido à Divisão de Recursos Humanos para abrir o concurso, visto que o lugar de chefe da Divisão tinha sido criado nos quadros de pessoal e estava vago, mas garantiu que não influenciou o modo como se desenrolou, quer quanto à constituição do júri, quer quanto à obrigatoriedade da licenciatura em Economia ou em Direito.
Disse, ainda, que, no final, aceitou as decisões do júri, como é normal em casos semelhantes.
A mesma tese havia já sido expandida, ante o colectivo de juízes, pelos outros dois arguidos, antigos membros do júri, o professor da UMinho, António Ferraz e António Zamith Rosas, então vereador.
Os quatro respondem por terem influenciado, em 2009, o concurso público. O Ministério Público diz que a única candidata no primeiro concurso tinha melhor curriculum do que a que veio a ser contratada, num segundo concurso. O júri contrapõe que a sua prestação “foi muito baixa”.
O depoimento do autarca seguiu-se ao de Ângela Silva, a jurista da Câmara, que também garantiu que o concurso foi normal, tendo ganho “a candidata com melhor curriculum e com melhor prova oral”.