A Câmara de Vila Verde revelou esta segunda-feira estar “indignada e inconformada” por não ver contemplada na proposta de Orçamento de Estado para 2019 “a premente necessidade” de construção de uma variante à Estrada Nacional 101. O socialista José Morais já reagiu, acusando o autarca social-democrata de não ter “capacidade de influenciar politicamente o poder central”.
“O município de Vila Verde não esconde a sua indignação e não pode aceitar que, uma vez mais, a necessidade urgente e indesmentível de renovação deste eixo estruturante da rede viária nacional, no território concelhio, seja ignorada pelo Governo de Portugal”, refere, em comunicado, o presidente da autarquia.
Por isso, a Câmara reivindica, “com a maior veemência, que os governantes revejam esta sua posição e, de uma vez por todas, viabilizem a construção da variante à sede concelhia, assim como a edificação de um nó de acesso à autoestrada A3, na freguesia da Lama, no concelho de Barcelos”.
Para o autarca, «a defesa da construção de um território nacional coeso, através de políticas estruturantes de efetiva correção das assimetrias, não podem ficar-se apenas pelos discursos e pelas estratégias eleitoralistas».
Esta via, tal como a Variante à ER 205, “é considerada uma via estruturante e de crucial importância para a revitalização da economia local e todos os estudos apontam no sentido de que a mesma será um contributo decisivo para melhorar a acessibilidade e a mobilidade, quer interna quer no eixo urbano da sede do concelho, que se estende, para norte, até à Vila de Pico de Regalados e, para sul, até ao núcleo urbano da Vila de Prado e freguesias limítrofes”.
O comunicado acrescenta que, no futuro, haverá “a necessidade estratégica de se proceder ao prolongamento para oeste da Variante à ER 205, estruturando o território e estabelecendo a articulação com a A3, no concelho de Barcelos, mercê da criação de um nó na freguesia da Lama, que, assim, iria servir parcialmente o concelho de Barcelos e, bem assim, os concelhos de Vila Verde, Amares e Terras de Bouro, proporcionando uma ligação direta e célere à rede rodoviária fundamental”.
MORAIS CULPA A CÂMARA
Já o vereador do PS na Câmara de Vila Verde José Morais assume o “desagrado” por a variante à Estrada Nacional 101 não ter sido contemplada no Orçamento de Estado para o próximo ano e responsabiliza a autarquia “por em 20 anos não ter conseguido influenciar Governos” a avançar com a obra.
“Lamento e manifestei a quem de direito a ausência deste importante investimento no Orçamento de Estado para 2019”, refere, em comunicado, onde diz que “o anterior Governo PSD deu uma enorme machadada na canalização de fundos comunitários para vias rodoviárias, que se tivessem sido devidamente aproveitados permitiriam o financiamento do alargamento das redes rodoviárias do país”.
“Um dos grandes entraves a um maior desenvolvimento económico de Vila Verde e a um salto significativo na qualidade de vida e criação de emprego prende-se, claramente, com a falta de vias de rodoviárias que facilitem a circulação de bens e pessoas por todo o concelho”, frisa.
Por isso, para Morais, a construção da variante à EN 101 é “essencial para o desenvolvimento do concelho», pelo que “este anseio deve unir todas as forças vivas” de Vila Verde.
No comunicado, o vereador do PS diz que, em 20 anos de poder autárquico e sucessivos Governos do PS e PSD, “a Câmara de Vila Verde nunca teve capacidade de influenciar politicamente o poder central nem conseguiu justificar a necessidade da realização da Variante à EN101, ao contrário de outros concelhos onde essas vias existem”, como Ponte da Barca, Arcos de Valdevez ou Ponte de Lima».
«A Câmara só toma posições públicas sobre a Variante contra os Governos, quando estes são do Partido Socialista. Quando os Governos são do PSD mantém uma posição subserviente e um silêncio ensurdecedor”, acusa.