A rentrée em Vila Verde transformou-se, esta segunda-feira, numa autêntica arena política, com ataques sucessivos entre os sociais-democratas e socialistas. Um dia ‘efervescente’. A causa remota, os incêndios florestais.
As primeiras ‘farpas políticas’ lançadas pelos socialistas tinham como destinatário António Vilela e os alegados ‘desvios’ de verbas da Protecção Civil/Incêndios para os grandes eventos municipais.
“Nós não somos contra as festas. O que não aceitamos é que estas continuem a absorver cada vez mais o orçamento da Câmara quando a maioria dos vilaverdenses não têm saneamento, não têm água pública e têm uma rede viária deteriorada”, afirmava José Morais, reiterando as críticas ao executivo presidido por António Vilela tornadas públicas dias antes.
“Deixamos de ter uma Câmara para ter uma Comissão de Festas”, acusava o presidente da ‘concelhia’ do PS.
“Àqueles que aparecem sempre a dizer mal da nossa terra, com mentiras, mistificação e falsificação, resta-lhes demitir-se”, respondeu de imediato Rui Silva, presidente da Comissão Política do PSD local.
Logo depois, os socialistas reagiram, com ‘estrondo’, às posições públicas assumidas pela maioria PSD na câmara municipal e por Rui Silva.
Nesta ‘segunda-feira efervescente’ do burgo político vilaverdense, o PS elevou, então, a fasquia e atirou para o campo adversário: “O PSD Vila Verde é hoje um partido cansado e o seu presidente é a imagem de decadência do próprio partido. Não é um vilaverdense, não sente a nossa terra. Perdeu o mandato autárquico e parece ter agora despertado de um longo período de baixa politico-psiquiátrica, face às demissões de militantes e caos que parece estar instalado no seio do seu partido.
A reacção de Rui Silva não demorou. O presidente da Comissão Política do PSD de Vila Verde saiu em defesa da honra pessoal e “trabalho e história” do seu partido.
“Estou cansado de políticos com cérebro curtinho”, contra-atacou. E coloca o dedo nas ‘feridas do passado’: “Dadas as piruetas ideológicas realizadas, não tenho o cérebro cansado e recuo ao tempo das autárquicas de 97 em que essas figuras pontuavam num slogan ‘Uma família para Vila Verde’. Não era, por certo, um cartaz do PS”.
Num comunicado em que pretende demonstrar memória de ‘elefante’, Rui Silva recua 25 anos e, num percurso de algumas acusações, termina: “é hilariante ver um partido em que os vereadores do PS não se falam, se acusam mutuamente de traição, apresentam posições diferentes no executivo, venham agora acusar o PSD de cansaço, caos e fraca militância”.
Aguardam-se novos capítulos.
Comunicados na íntegra na edição online de O Vilaverdense