O Tribunal de Braga continuou, esta sexta-feira, o julgamento do alegado esquema de corrupção nos exames de condução no Centro de Vila Verde da ANIECA – a Associação dos industriais do setor -, ouvindo, de novo, o inspetor Carlos Antunes, da Brigada do Crime Económico PJ de Braga que coordenou a investigação no terreno.
O inspetor respondeu a perguntas dos advogados de defesa que quiseram saber pormenores em concreto sobre alegadas “ajudas” ilegais dadas por examinadores a alunos nos exames teóricos e práticos.
Disse nomeadamente que o examinador Joaquim Oliveira, tido como o principal arguido e o líder do “esquema”, recebia mensagens de telemóvel, apenas com referência à escola ou ao dia do exame de um dado aluno, e, no dia do exame teórico era visto a entrar na sala de exame, onde não devia estar porque a prova era controlada por outro examinador.
A defesa tentou, por isso, contrariar a tese de que o aluno em causa teria sido ajudado, evidenciando que não havia provas concretas sobre isso.
O agente da PJ contou, ainda, um caso que considerou “estranho” de uma prova prática de condução, no qual foi feita uma paragem de vários minutos antes do carro onde o exame decorria ter regressado ao Centro da ANIECA. Tal, conjugado com mensagens anteriores, seria – na sua interpretação – sinal de que teria havido uma “ajuda” ao instruendo dada pelo examinador João Abreu, um dos arguidos.
Conforme O Vilaverdense/PressMinho tem noticiado, o Tribunal está a julgar um megaprocesso de corrupção com cartas de condução, referente a exames feitos naquele Centro de Exames.
O processo tem 47 arguidos, entre examinadores, industriais de condução, instrutores e um agente da GNR.
Três dos arguidos, todos donos de escolas que terão entrado no ‘esquema’ estão, também, a ser julgados noutro megaprocesso por corrupção em curso, há quase dois anos, em Mirandela.
Luís Moreira (CP8078)