Embora “prioritários”, a falta de dinheiro – na maioria dos casos – condiciona o arranque definitivo dos projectos de requalificação da EN 101 e da construção das Variantes a Vila Verde e Prado/Oleiros, bem como o nó da auto-estrada, na Lama-Barcelos.
O único projecto com ‘pernas para andar’ “no imediato” é o da requalificação do Canal de Regadio de Cabanelas, cuja candidatura de 8,1 milhões já foi submetida “e está bem pontuada”. Foi de ‘mãos a abanar’ e sem certezas de nada que o presidente da câmara municipal de Vila Verde, António Vilela, chegou da capital, depois de reuniões na Secretaria de Estado das Infra-estruturas e na Direcção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, esta quinta-feira.
“Eram projectos que já estavam inscritos e cabimentados em Orçamento, mas a mudança de Governo levou à sua retirada”, avança Vilela, em declarações ao jornal O Vilaverdense.
VARIANTES A VILA VERDE E VILA DE PRADO/OLEIROS
Na questão da construção das Variantes a Vila Verde (EN 101) e Vila de Prado/Oleiros (EN 201-205), bem como o nó da auto-estrada A3 na Lama/Barcelos, projectos considerados “prioritários” para o concelho e para a Região, têm vindo a ser sucessivamente adiados.
“O assunto não é do conhecimento directo do Secretário de Estado, mas ficaram de se inteirar junto da Infra-estruturas de Portugal”, revela António Vilela. Este assinala que “são vias estruturantes de importância vital para o crescimento económico e desenvolvimento sustentado do concelho de Vila Verde, mas também da própria região. Sensibilizei para esse facto”.
REQUALIFICAÇÃO EN 101
O mesmo acontece com a requalificação da EN 101, de Braga a Monção. A esperança é de que “o investimento volte a constar do plano da Infra-estruturas de Portugal, já em 2017. Pode ser que volte a reentrar, mas é – para já – apenas uma hipótese. O organismo está a definir investimentos para 2017 e a esperança de Vila Verde e dos restantes municípios atravessados pela EN 101 é de que volte a constar rapidamente. Há constrangimentos e muitas correcções a ser feitas”.
O edil não esconde alguma apreensão e uma certa indignação: “o que estranha é que eram projectos que se encontravam bem encaminhados e, em alguns casos (requalificação da EN 101), estavam já com verbas atribuídas. O novo Governo retirou-as e não sabemos quando voltarão a estar contempladas. Há ainda muitas incertezas, mas vamos acreditar que o Governo não esquece o concelho de Vila Verde e a Região”.
REGADIO DE CABANELAS
No périplo por Lisboa, Vilela aproveitou para reunir com o Director-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural. Na agenda estava a requalificação e valorização do Canal de Regadio de Sabariz a Cabanelas.
A candidatura, que ascende a 8,1 milhões de euros, está já submetida, e “bem pontuada”, avança António Vilela. Nesta fase, abrange uma área agrícola a rondar os 326 hectares, de Soutelo a Cabanelas, bem como uma parte do Poriço. O projecto aponta para captações em Ruães.
Tal como os projectos anteriores, acabou adiado, mas a candidatura vai ser enquadrada no novo quadro comunitário de apoio (Portugal 2020). “É um velho anseio das populações, sobretudo dos agricultores, abrangidos pelo canal, que vai – certamente – permitir um maior e melhor aproveitamento agrícola de toda a zona Sul do concelho”, vinca António Vilela.
A candidatura é apresentada pelo IFAP, em articulação com as associações/comissões de agricultores e Cabanelas e outros, “e esperamos que venha a ser aprovado, cabimentado e executado. Temos todos esperança que vai acontecer, para bem da zona sul do concelho e dos agricultores”.
Refira-se que o projecto tem comparticipação comunitária de 85%. Ainda não está assegurada a componente nacional, os 15% restantes. Questão que levou António Vilela a “sensibilizar” o Governo e as estruturas desconcentradas dos Estado.
Carlos Machado Silva (CP 3022)