A Wikileaks – plataforma fundada por Julian Assage para libertar informações confidenciais – publicou, esta terça-feira, a primeira parte daquilo que afirma ser os detalhes de um programa de ciberespionagem da CIA, a estrutura de informações do estado norte-americano.
Em causa está a alegada capacidade da agência norte-americana de aceder a aparelhos como telemóveis iPhones, Android ou Windows Phone, mas também os microfones das televisões inteligentes da Samsung.
Os documentos, que datam de 2013 a 2016, mostram ainda que a CIA é ainda capaz de ultrapassar a encriptação que serviços como o Whatsapp, Signal ou Telegram têm.
A CIA não confirmou a veracidade dos documentos, mas um antigo oficial contactado pelo The New York Times avançou, sob anonimato, que os documentos pareciam ser genuínos.
O site de Assange alega que a CIA “perdeu o controlo do seu arsenal de hacking”, tendo estado essa informação a circular “de forma não autorizada entre antigos hackers”. Esta informação agora divulgada chegou à Wikileaks, que não revela a fonte que entregou os documentos.
Esta é a primeira parte de uma divulgação de 7 818 páginas web com quase mil anexos. Estão previstos mais seis “leaks”, numa operação que a Wikileaks chamou de ‘Vault7’. Segundo o portal de tecnologia The Next Web, o volume de documentos divulgados já ultrapassou os primeiros três anos de divulgações de Edward Snowden sobre a Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos.
A Wikileaks previa fazer uma conferência de imprensa em directo através das redes sociais, mas acabou por cancelar. No entanto, e em comunicado, o portal destacou a importância que a divulgação destes documentos pode ter no debate em torno da segurança e se “as capacidades de espionagem da CIA não irão além dos seus poderes”.
Fonte: Renascença