A seca levou a uma redução da electricidade produzida a partir das barragens e à necessidade de recorrer às centrais térmicas, com efeito “dramático” nas emissões de gases com efeito de estufa.
“A seca está a ter um efeito dramático nas emissões de dióxido de carbono associadas à produção de electricidade”, afirma a Associação Sistema Terrestre Sustentável Zero, em comunicado.
A associação quantificou as emissões associadas à produção de electricidade entre Janeiro e Setembro de 2017, concluindo que se atingiu “cerca de 24 milhões de toneladas de dióxido de carbono, um aumento de 5,7 milhões de toneladas em relação ao mesmo período do ano passado (+31%)”.
Perante esta situação, os ambientalistas defendem ser essencial o investimento em eficiência energética, o encerramento próximo das centrais térmicas a carvão, e a aposta nos recursos renováveis para produção de electricidade, principalmente solar e eólico.
A Zero analisou dados da Redes Energéticas Nacionais (REN) para a produção de electricidade em Portugal continental entre Janeiro e Setembro deste ano e as suas consequências para a sustentabilidade no uso de recursos e emissões de gases com efeito de estufa, que contribuem para as alterações climáticas.
A produção de electricidade através das grandes barragens desceu 59% na comparação com o mesmo período do ano passado e o recurso a centrais térmicas aumentou 61%.
Ao mesmo tempo, a contribuição das fontes renováveis para a produção de electricidade recuou 23,3% – 71% para 47,7% -, ou seja, “até final de Setembro, menos de metade do consumo de electricidade foi assegurado por fontes renováveis”, realça a Zero.
Em 2016, recorda, a produtibilidade hidroeléctrica foi 66% acima da média, enquanto 2017 está com valores 43% abaixo.